CEO da Web Summit diz que traz talento e ministro garante infraestrutura

Cosgrave reagiu, assim, a Miguel Pinto Luz, que disse estranhar a posição pública da Web Summit, sobre alegada falta de capacidade do aeroporto de Lisboa para receber voos privados durante o evento.
Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit.
Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit.Rita Chantre / Global Imagens
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O presidente executivo (CEO) da Web Summit afirmou hoje que o trabalho do ministro é garantir que a infraestrutura é perfeita e o dele é trazer as melhores pessoas do mundo a Lisboa.

Paddy Cosgrave reagia, assim, ao ministro das Infraestruturas, que disse na terça-feira estranhar a posição pública da Web Summit, sobre alegada falta de capacidade do aeroporto de Lisboa para receber voos privados durante o evento, e acusou "um dos fundadores" de "excesso de linguagem".

Questionado sobre o tema, em conferência de imprensa na véspera do fim da cimeira tecnológica em Lisboa, Paddy Cosgrave referiu que viu "esta manhã" os comentários do ministro sobre o aumento de 70% dos pedidos de voos privados num ano.

"O trabalho dele é garantir que a infraestrutura é perfeita, o meu trabalho é trazer as melhores pessoas do mundo a Lisboa e definir quem são as melhores pessoas. Mas penso que este é um dos muitos indicadores de algo interessante ou positivo", acrescentou o CEO da Web Summit.

Sobre se a Web Summit vai para a China, Cosgrave afirmou: "É bem possível que a China venha à Web Summit em Lisboa em números cada vez maiores".

"E acho que consideraríamos ir para lá", referiu.

Sobre o local da cimeira tecnológica, cujo contrato para se realizar em Lisboa termina em 2028, o CEO disse ter ouvido "rumores de um novo e enorme local em Lisboa", sem adiantar pormenores.

"Isso seria incrivelmente entusiasmante", mas ainda falta tempo até 2028 e "tenho a certeza de que daqui a dois anos terei de discutir isso", rematou.

"Em 102 voos que foram pedidos, só sete é que foram negados e foram negados por várias razões e, portanto, manifestamente, foi - eu diria - por parte de um dos fundadores da Web Summit um excesso de linguagem aquilo que ele transmitiu", afirmou na terça-feira o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, em declarações à Lusa, à margem de uma visita às instalações da Siderurgia Nacional, no Seixal (Setúbal).

O jornal Expresso noticiou no passado sábado, citando o Financial Times, que vários jatos privados com destino a Lisboa estavam a ser desviados para Badajoz, em Espanha, “devido à falta de capacidade do aeroporto da capital portuguesa durante a Web Summit".

A informação foi confirmada pela própria organização do evento, que admitiu ter recebido queixas de delegados forçados a aterrar longe de Lisboa.

Segundo a organização, a Web Summit regista um recorde de 71.386 participantes de 157 países, estando presentes 1.857 investidores de 86 países.

A cimeira tecnológica, que arrancou em Portugal em 2016, começou na segunda-feira à noite em Lisboa e termina na quinta-feira.

Já sobre os comentários relativos à hotelaria, Cosgrave referiu que apenas disse: Se alguém aumenta os "preços em 500% e depois queixa-se que as pessoas não estão a fazer reservas nos hotéis, eu não tenho uma grande simpatia".

"Realizámos um inquérito aos nossos participantes e agora quase 40% estão a optar por ficar em apartamentos, Airbnb e similares", acrescentou.

A NAV, o controlo de tráfego aéreo, "afirma que a procura de jatos privados aumentou 70%? Será que estas pessoas se preocupam com os preços dos hotéis? Não. Penso que os hotéis de Lisboa poderiam aumentar os seus preços em 10.000% para estas pessoas, e provavelmente não se queixariam", prosseguiu.

Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit.
Web Summit: Governo acusa organização de “excesso de linguagem” sobre voos privados

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