Chegou o "dia D" para a OPA hostil do BBVA ao Sabadell

Lançada há mais de um ano, tem gerado grande expectativa no mercado financeiro e a sua conclusão será anunciada pela Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha no dia 17 deste mês.
Chegou o "dia D" para a OPA hostil do BBVA ao Sabadell
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Os acionistas do Banco Sabadell enfrentam um prazo decisivo, com a data de 13 de outubro a marcar o fim da aceitação da Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil proposta pelo BBVA.

Lançada há mais de um ano, esta OPA tem gerado grande expectativa no mercado financeiro e a sua conclusão será anunciada pela Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha no dia 17 de outubro.

O BBVA, que se apresenta como um dos grandes bancos espanhóis, estabeleceu a meta de adquirir pelo menos 50% do capital do Sabadell. Se conseguir garantir entre 30% e 50%, o banco basco poderá manter essa participação, mas será obrigado a realizar uma nova OPA, desta vez em dinheiro. Caso a adesão não atinja os 30%, a OPA será considerada um fracasso.

Desde o início da OPA, em 8 de setembro, o BBVA oferece aos acionistas do Sabadell uma ação sua em troca de 4,8376 ações do banco catalão. Esta troca de ações possibilita que os acionistas evitem impostos sobre mais-valias, desde que a aceitação supere os 50% dos direitos de voto, o que tornaria a operação fiscalmente neutra. Com a avaliação de 3,39 euros por ação do Sabadell, os acionistas poderão obter um ganho de cerca de 2%, tendo em conta o desempenho das ações na bolsa de Madrid.

O programa da OPA visa a totalidade do capital social do Sabadell, que é composto por mais de 5 bilhões de ações.

Embora a OPA tenha sido inicialmente anunciada em maio de 2024, a sua aprovação regulatória só ocorreu em abril deste ano. O Governo de Espanha, em uma decisão sem precedentes, impôs que a fusão só poderá avançar se ambos os bancos mantiverem gestões e patrimónios separados por um período de três anos, podendo esta exigência ser estendida.

O BBVA, determinado a avançar apesar das limitações impostas, poderá criar um gigante financeiro europeu, juntando ativos que se aproximam de um bilião de euros e reunindo mais de 135 mil funcionários em todo o mundo. Esta fusão permitiria ao BBVA ultrapassar o CaixaBank, tornando-se o segundo maior banco em Espanha, atrás do Santander.

O Conselho de Administração do Sabadell já expressou, em duas ocasiões, a sua oposição à oferta do BBVA, argumentando que a proposta não reflete o verdadeiro valor do banco.

O CEO do Sabadell, César González-Bueno, manifestou ceticismo sobre a viabilidade da OPA, enquanto o BBVA se mantém otimista, considerando a oferta uma "oportunidade única" e afirmando que conta com o apoio de investidores institucionais que detêm uma parte significativa do capital do Sabadell. A adesão dos acionistas minoritários, no entanto, continua a ser uma incógnita.

Chegou o "dia D" para a OPA hostil do BBVA ao Sabadell
BBVA confiante quanto à adesão dos acionistas à OPA sobre Sabadell

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