As vendas no ‘Dia do Solteiro’, o maior festival de comércio eletrónico da China, aumentaram 14,2% face ao ano passado, atingindo 1,7 biliões de yuan (205,6 mil milhões de euros), segundo estimativas divulgadas esta quinta-feira, 13.A edição deste ano foi a mais longa de sempre, com 37 dias de duração, começando a 07 de outubro, uma semana antes do habitual, o que ajuda a explicar parte do crescimento, salientou a consultora Syntun.Segundo o relatório da Syntun publicado na rede social WeChat, o crescimento foi impulsionado também pela explosão do chamado “comércio instantâneo” – um modelo promovido pela Alibaba que promete entregas em poucas horas não só de refeições, mas também de roupa e outros produtos.As plataformas que lideraram as transações foram a Tmall (do grupo Alibaba), a JD.com e a Douyin, a versão chinesa do TikTok, refletindo a crescente popularidade do comércio eletrónico mediado por vídeos.Entre as categorias de produtos mais vendidos estiveram os eletrodomésticos (16,5% do total), os telemóveis e dispositivos digitais (14,6%) e o vestuário (14%).A Syntun apontou ainda para um maior interesse dos consumidores por produtos saudáveis – inclusive em alimentos para animais – e pela aplicação de inteligência artificial em tarefas de marketing, logística e atendimento ao cliente.Apesar do volume recorde, o evento tem perdido parte do seu brilho, não só porque já não se limita ao dia 11 de novembro – originalmente a única data com grandes descontos – mas também devido à decisão de plataformas como a Alibaba de abandonar as tradicionais galas transmitidas em direto com a atualização em tempo real das vendas.“Tenho saudades do tempo em que esperávamos pela meia-noite do dia 11 e competíamos para apanhar verdadeiras pechinchas”, escreveu uma utilizadora na rede social Weibo, acrescentando: “Agora os preços mudam constantemente e já nem entendo as promoções”.O festival decorreu pouco depois do anúncio do novo plano quinquenal da China, que apela a um reforço da procura interna e do consumo das famílias, num momento em que estes registam uma clara desaceleração, afetados pela prolongada crise no setor imobiliário, o elevado desemprego jovem e o impacto da guerra comercial. .China exporta mais para a Europa para compensar a fraca procura interna