O setor da construção na Europa está a preparar-se para um crescimento sólido a médio prazo, começando no próximo ano e estendendo-se até 2028, após um período prolongado de recessão. De acordo com o estudo da Bain & Company, já se observa um aumento da atividade em vários mercados. Espera-se que o setor de infraestruturas, que se revelou resiliente, juntamente com um renascimento na construção de habitação nova e um crescimento na construção de edifícios de escritórios, impulsione a recuperação da construção europeia.Esta recuperação será apoiada pelas reduções nas taxas de juro anunciadas pelo Banco Central Europeu, que estão a incentivar as despesas das famílias em renovações e a aumentar os investimentos por parte dos agentes comerciais e industriais. A retração na procura por novas construções residenciais nos últimos anos também começa a reverter, enquanto o crescimento da infraestrutura pública é favorecido pelo término dos ciclos eleitorais na Europa."Após alguns anos difíceis, o mercado de construção na Europa vai regressar ao crescimento entre 2025 e 2028, com um ímpeto inicial já visível em vários países", afirmou Álvaro Pires, sócio da Bain & Company. Destaca ainda que infraestruturas resilientes e uma nova dinâmica na construção de edifícios residenciais, além de um aumento seletivo em projetos de escritórios, vão contribuir para a recuperação, juntamente com a procura reprimida de habitação e políticas públicas mais claras.Os Países Baixos e os países nórdicos estão entre os líderes desta recuperação. Nos países nórdicos, a atividade de construção deverá crescer entre 2% e 4% ao ano até 2028, enquanto nos Países Baixos a previsão é de um crescimento entre 1,5% e 2,5%, com foco na construção residencial nova. No entanto, França e Alemanha devem enfrentar uma recuperação mais lenta, e a Itália pode ver uma queda ainda maior na atividade devido à redução dos programas de incentivo do governo.A escassez de mão de obra continua a ser um desafio significativo, limitando o potencial de oferta no setor. A Bain observa que a taxa de emprego no setor da construção é muito mais elevada do que em outros setores, devido ao envelhecimento da população e à baixa entrada de jovens trabalhadores. Contudo, a aprovação de licenças de construção está a estabilizar em vários países, o que pode estimular o crescimento do segmento residencial após anos de procura reprimida."As empresas devem aproveitar este ponto de viragem para reequilibrar as suas operações e o planeamento de vendas. Precisam de alinhar a produção com a capacidade de mão de obra disponível, garantir o fornecimento de materiais e manter planos de contingência para enfrentar a incerteza económica”, conclui Álvaro Pires..Custos de construção de habitação nova sobem 4,8% em julho