CTT querem ser “líderes no comércio eletrónico ibérico” até 2028

Com apoio da DHL, grupo pretende alcançar a dominância no setor logístico de comércio eletrónico em Portugal e Espanha nos próximos três anos e vai ampliar substancialmente os seus investimentos.
João Bento é o presidente executivo dos CTT. Foto: Annette Monheim/Global Imagens
João Bento é o presidente executivo dos CTT. Foto: Annette Monheim/Global ImagensJoão Bento é o presidente executivo dos CTT. Foto: Annette Monheim/Global Imagens
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Os CTT revelaram um ambicioso plano para se tornarem os "líderes do mercado" logístico e de comércio eletrónico na Península Ibérica até 2028, com a colaboração estratégica da DHL.

O anúncio foi feito esta terça-feira, 4, dia no qual ocorre o Capital Markets Day, evento que o CEO da empresa, João Bento, já rotulou de “glorioso”.

Os CTT reforçam a sua previsão de rendimentos operacionais para este ano, estimando um total entre 1,6 e 1,7 mil milhões de euros até 2028, e um EBIT previsto entre 170 e 195 milhões de euros.

Em termos de remuneração aos acionistas, os CTT pretendem continuar a distribuir entre 35% e 50% do resultado líquido em forma de dividendos recorrentes nos próximos três anos.

No que se refere ao Banco CTT, o grupo tem como meta atingir um milhão de contas, aumentar os volumes de negócio para um intervalo entre 12 e 14 milhões de euros, e quase duplicar o lucro antes de impostos, que deverá chegar a 26 milhões em 2024, reinvestindo a totalidade dos lucros.

CTT apresenta nova "estrutura de reporte"

No comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT anunciaram uma reformulação na sua "estrutura de reporte", que será implementada a partir dos resultados anuais de 2025. A nova abordagem visa simplificar e racionalizar a comunicação da empresa com o mercado, focando-se em três áreas de negócio principais.

A primeira área, “Soluções de Comércio Eletrónico”, incluirá as operações da CTT Expresso em Portugal e Espanha, bem como a Cacesa. Em 2024, este segmento gerou receitas de 584 milhões de euros e um EBIT de 54 milhões de euros, considerando a consolidação total da Cacesa.

A segunda área, “Correio e Serviços”, englobará os antigos segmentos de “Correio e Outros” e “Serviços Financeiros”, além de outros negócios de Expresso e Encomendas que não estão incluídos na parceria com a DHL, como a Decopharma, o Fundo 1520 e a operação em Moçambique. Este segmento alcançou receitas de 509 milhões de euros e um EBIT de 22 milhões de euros em 2024.

Por fim, o “Banco CTT” manterá a sua estrutura atual, representando o perímetro de consolidação do banco majoritariamente detido pelo grupo. Em 2024, o banco registou receitas de 130 milhões de euros e um EBIT recorrente de 27 milhões de euros. Esta nova configuração visa proporcionar uma visão mais clara e direta do desempenho das diferentes áreas de atividade da empresa.

O caminho para a liderança

Diante da nova organização interna, e rumo à ambicionada meta de ser líder de mercado, a empresa inicia a sua estratégia pelos Serviços de Comércio Electrónico, onde pretende destacar-se. Os CTT comprometem-se a "evoluir" o seu modelo operacional, "combinando uma oferta completa de última milha com uma presença mais ampla na cadeia de valor, para fomentar a fidelização dos clientes", conforme descrito na apresentação feita à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), minutos antes da abertura das bolsas na Europa.

No que diz respeito ao Correio e Serviços, os CTT visam "estabilizar o correio", "estimular as soluções empresariais" e "reforçar o retalho". Para cumprir esses objetivos, a estratégia envolverá alavancar os preços do correio enquanto se preparam para o próximo contrato de serviço universal e procurarão reduzir custos através de eficiências operacionais, aproveitando as capacidades comerciais e a rede existentes nos segmentos empresarial e de consumo.

No âmbito do Banco CTT, o objetivo é "acelerar o crescimento e a rentabilidade". Para isso, o banco irá reforçar um modelo de negócio distinto, expandir a sua oferta e impulsionar a digitalização para garantir uma presença física que não possa ser replicada.

A empresa planeia facilitar essa estratégia com base em três aspectos: desenvolver mais tecnologia e engenharia internamente, focar em "atrair, desenvolver e recompensar talento" e, por último, "integrar a sustentabilidade nas decisões e ações diárias e de rotina".

O investimento (Capex) dos CTT no triénio 2026-28 deverá atingir 50 a 55 milhões de euros por ano, onde se inclui aumentar a capacidade em toda a Península Ibérica, anunciaram hoje os Correios de Portugal.

Foi anunciado também que o investimento (Capex) para o triénio 2026-2028 deverá variar entre 50 a 55 milhões de euros por ano, com o objetivo de aumentar a capacidade em toda a Península Ibérica.

Para implementar a estratégia de crescimento prevista para este período, a empresa irá "intensificar o seu investimento 'core' [central]", focando na expansão das operações e na melhoria da qualidade do serviço. Isso será realizado através de investimentos estratégicos em infraestruturas, soluções 'out-of-home' e tecnologia da informação (IT).

De acordo com os CTT, "o Capex ['Capital Expenditure'] no período entre 2026-28, com o Banco CTT contabilizado pelo método de equivalência patrimonial, deverá atingir 50 a 55 milhões por ano, o que equivale a uma intensidade, em percentagem das receitas, na ordem dos 3,5-4,0%".

Esse investimento será direcionado para áreas-chave, que incluem "aumentar a capacidade em toda a Península Ibérica, capturando sinergias de custos e reforçando a qualidade", assim como "expandir a rede de cacifos, capturando vantagens 'out-of-home', com um retorno do investimento em cerca de 2-3 anos", conforme indicado no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

João Bento é o presidente executivo dos CTT. Foto: Annette Monheim/Global Imagens
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