O custo da habitação em Portugal continua a subir, com os preços das casas a atingirem níveis recorde. No entanto, não se prevê um aumento salarial correspondente, e as taxas de juro no crédito à habitação tendem a estabilizar. Além disso, os portugueses estão a perder poder de compra e o crescimento económico abrandou, o que afeta a confiança dos profissionais do setor imobiliário, que se mostra em declínio na reta final de 2025.Estas informações são reveladas pelo mais recente Índice de Sensibilidade do Setor Imobiliário (ISSI), elaborado pelo idealista a partir de um inquérito realizado a agentes imobiliários. Embora ainda exista um otimismo relativamente à compra e venda de imóveis, a confiança em ambos os mercados diminuiu desde o início do ano.No mercado de venda de casas, a confiança dos agentes imobiliários registou 72,4 pontos no quarto trimestre, numa escala de 0 a 100, uma queda em relação aos 74,7 pontos do início do ano. No que diz respeito ao arrendamento, as expectativas caíram de 57,3 para 55,5 pontos.A subida dos preços das casas e a estabilização das taxas de juro, com a Euribor a rondar os 2%, são fatores que contribuem para a queda de confiança. Apesar disso, os apoios aos jovens para a compra de casa e as ajudas ao arrendamento deverão manter-se.Em relação às vendas, 65,5% dos profissionais do imobiliário acreditam que conseguirão vender mais casas até ao final de 2025, uma queda em relação aos 71,1% que tinham essa expectativa no início do ano. A proporção de agentes que esperavam conseguir mais casas para vender também diminuiu, de 67,5% para 63,2%.No mercado de arrendamento, há uma sensação de estabilidade, com 33,9% dos agentes a acreditarem que o número de casas arrendadas se manterá igual, em comparação com 32,9% no início do ano. No entanto, as perspetivas de arrendar e angariar mais casas caíram para 22,8% e 22,2%, respetivamente.Quanto aos preços das rendas, 47,4% dos especialistas acreditam que se manterão até ao final do ano, embora essa percentagem tenha diminuído em relação aos 51,6% do primeiro trimestre. A expectativa de aumento das rendas é agora menos aceita, com 30% dos inquiridos a preverem essa possibilidade. O ISSI também revela que um número crescente de profissionais prefere não se pronunciar sobre a evolução do mercado de arrendamento, refletindo uma incerteza crescente no setor..Habitação: Governo flexibiliza regras da contratação pública para reforçar oferta