A Doutor Finanças, empresa especializada em intermediação de crédito, está a ultimar um projeto piloto para estender o serviço que presta a clientes de eletricidade, gás e telecomunicações, disseram em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo os co-CEOs da empresa, Vanda de Jesus e Nuno Leal. “O que nós gostaríamos - tanto no digital, como na rede - é um bocadinho: quando nós pensamos em casa, comprar uma casa, trocar de casa, venha ao Doutor Finanças e nós descomplicamos todo o processo. Ou seja, na concessão do crédito, nos seguros que estão associados ao crédito, na procura da própria casa, através de parceiros nossos também, na troca do seu fornecedor de eletricidade e telecomunicações”, disse Nuno Leal.A revelação veio na sequência de uma análise à performance da rede de franchisados da Doutor Finanças, que começou o ano com 50 lojas e vai fechar 2025 com mais de 100. “Aquilo que acho que tem feito deste projecto um sucesso, é que nós sempre que abrimos uma nova loja, nós temos aquilo que nós chamamos o walk in, ou seja, o cliente que entra porque lá diz ‘Doutor Finanças’. E isso é um valor acrescentado que as pessoas que se juntaram a nós nos têm dito que é diferente do que era no passado. É algo que a marca traz, algo diferente do que o resto do mercado consegue trazer”, salientou o gestor. E depois, acrescentou, as lojas da Doutor Finanças já procuram ter um conceito quase como “um ‘one stop shop’ do ecossistema da casa”, diz Nuno Leal. “Mas ainda não estamos onde queremos estar”.Ora esta vontade da marca de encontrar soluções para todo o ecossistema da casa está alinhada com o que os clientes procuram. “Tudo isto tem vindo a ser apontado pelos clientes. Eles dizem: ’até gostámos, mas não nos podem ajudar com mais isto ou mais isto?’ Porque as pessoas não têm bem a noção de qual é que é a empresa de mudanças que vai estar no dia certo, à hora certa e não vai falhar. E querem também esse crivo de aconselhamento”.A Doutor Finanças está ativamente a tentar transformar esta necessidade dos clientes numa oportunidade de negócio. “É engraçado que nós temos vindo a construir produtos novos à conta disso”, complementa Vanda de Jesus.“Relacionado com as utilities da casa, estamos a fazer um piloto nessa área. Há operadores que o fazem de maneiras diferentes porque não têm em conta a relação com o parceiro, é só custo. Mas nós temos que medir estas duas relações, que são super importantes”.Mas com parcerias com a EDP, a Endesa ou a Galp? “Sim, já estamos a fazer um piloto. Estamos a discutir o nome, mas á estamos a operar com eles, no piloto. Só ainda não fizemos o marketing”, sublinha a gestora.Esta será uma das novidades a entrar em força em 2026, mas a estratégia geral da empresa será a mesma no ano que entra daqui a dois meses.“Este ano vamos produzir entre 1,6 e 1,7 mil milhões de euros em crédito habitação. E agora é a parte que eu acho que é importante: é que apesar de só termos dois anos, mais de 50% deste montante já vai ser feito pela rede. Não é só o sucesso de dizer que tínhamos 66 lojas no final do ano passado e vamos acabar com 100, ou perto de 110 lojas. Mas é mais do que isso, é o que as lojas já estão a fazer, a produção. E portanto, aquilo que nós vamos continuar a fazer é seguir o caminho”, atira Nuno Leal. No agregado do ano de 2025, a Doutor Finanças espera faturar 23 milhões de euros.A outra aposta será a internacionalização, como o DN adiantou no início da semana, ao noticiar que a Doutor Finanças já tinnha recebido oficialmente autorização dos supervisores para operar como intermediários de crédito em Espanha e Itália.Este passo, decisivo para a estratégia de internacionalização da empresa portuguesa, vai permitir à empresa começar a operar - inicialmente, no crédito à habitação na forma digital - a partir de novembro. “E isso quer dizer que a nossa expectativa é começar a ter formalização de créditos lá mais para o final do primeiro trimestre. Isto é sempre um processo que demora três ou quatro meses, desde que iniciamos um contacto com o cliente até que formalizemos”.A Doutor Finanças vai entrar em Espanha e Itálias com as marcas “Dr Finanza” e “Dr Finanzas”.."DR Finanzas" já tem luz verde para operar em Espanha e Itália