"DR Finanzas" já tem luz verde para operar em Espanha e Itália

"DR Finanzas" já tem luz verde para operar em Espanha e Itália

Empresa portuguesa vai começar a operar nos dois países em novembro, começando com a intermediação de crédito à habitação no formato digital. E espera fechar os primeiros contratos com clientes no primeiro trimestre de 2026. Literacia financeira continua a ser trunfo no modelo de negócio.
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A Doutor Finanças já recebeu oficialmente autorização dos supervisores para operar como intermediários de crédito em Espanha e Itália, um passo decisivo para a estratégia de internacionalização da empresa portuguesa.

“Nós estamos numa fase mesmo, mesmo de arranque. Tivemos sexta-feira a aprovação do Banco de Itália, do regulador, para começar a operar. Já tínhamos a de Espanha, há cerca de três semanas”, disseram ao DN os co-CEOs da Doutor Finanças, Vanda de Jesus e Nuno Leal.

O processo foi semelhante nos dois países, uma vez que a Doutor Finanças já tinha autorização para fazer intermediação de crédito em Portugal. “É um processo em modo passaporte. Como estamos habilitados para fazer a intermediação de crédito em Portugal, podemos, através apenas de uma notificação, exercê-la noutro Estado-membro. Não obstante, tem que ser ratificado pelo regulador local”, explica Nuno Leal.

O plano de arranque nas novas geografias é o do crédito à habitação na forma digital.

“Foi também como começámos em Portugal. Quando eu digo digital, é um crédito à habitação em que a angariação do cliente e o tratamento do processo é feito de uma forma digital. Mas tem pessoas à mistura, para explicar as propostas, para interação com o cliente, mas a troca de dados é praticamente tudo feito através da tecnologia. E é por aí que vamos começar”, complementam os dois gestores.

Em ambos os mercados a ideia da Doutor Finanças é começar a investir e ter as ferramentas de captação disponíveis a partir de novembro. “E isso quer dizer que a nossa expectativa é começar a ter formalização de créditos lá mais para o final do primeiro trimestre. Isto é sempre um processo que demora três ou quatro meses, desde que iniciamos um contacto com o cliente até que formalizemos”.

“Se utilizarmos as métricas portuguesas, uma vez que já temos dez anos de histórico, entre quatro a cinco meses já esperamos ter a primeira concretização”, sublinha Nuno Leal.

A Doutor Finanças vai entrar em Espanha e Itálias com as marcas “Dr Finanza” e “Dr Finanzas”, abreviando a palavra Doutor do nome original, explica Vanda de Jesus.

“Vamo-nos lançar nos mercados essas duas marcas. Ou seja, é com DR e nós somos doutor por extenso. A presença, como o Nuno Leal estava a dizer, vai começar por ser digital, o que significa que é angariação de leads (potenciais clientes) por meios digitais. Ainda não vamos ter presença física em lojas, que é o modelo de franchising que temos em Portugal há dois anos e dois meses”, diz a co-CEO da empresa.

No arranque deste ano, a Doutor Finanças tinha 50 lojas. “Vamos acabar o ano com 100. Vamos duplicar o número de lojas em Portugal. Mas isto foi depois de ter o modelo digital muito estabilizado. Portanto, nós estivemos oito anos a fazer só intermediação de crédito digital. Aliás, somos os maiores intermediários de crédito digital [em Portugal]. Porque também começámos assim porque o mercado também tem mudado bastante”, revela Vanda de Jesus.

O crescimento em lojas valida o modelo de negócio e a estratégia em Portugal, mas fará sentido replicá-lo nas novas geografias? “Agora... tal como fizemos cá, vamos começar com o digital. Estamos muito confiantes que vamos usar a mesma estratégia, mas se calhar com um tempo mais curto”, adianta a responsável. Ou seja, passar ao modelo de lojas em Espanha e Itália em menos do que oito anos, como aconteceu em Portugal.

A grande dúvida para a Doutor Finanças é se as condições em Espanha e Itália são propícias a fazer a mesma coisa que foi feita em Portugal, quer em termos de concorrência, quer em termos de mercado.

“Houve uma coisa muito interessante. Nós fizemos um estudo grande sobre estes mercados. Já andávamos a namorá-los, já estávamos a pensar em internacionalização há algum tempo. E durante algum tempo tínhamos ideia que o motivo pelo qual nós somos muito conhecidos é também pelo trabalho que fazemos na área da literacia”, completa Vanda de Jesus.

A decisão sobre Espanha e Itália acabou por ser natural, uma vez que são países muito parecidos com Portugal no tema da literacia financeira. “Nós somos o penúltimo país da UE em literacia, atrás de nós só a Roménia. Espanha um pouco acima e Itália também. Mas sentimos na conversa com os operadores de lá que, afinal, a necessidade é igual, porque não há nenhum operador que associe estas duas componentes”. Ou seja, aliando a literacia à intermediação de crédito como negócio.

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