Empresas têm 1.300 milhões de investimento bloqueado por "burocracia ambiental"

"Deste montante, 730 milhões de euros ainda aguardam pareceres, enquanto 490 milhões de euros acabaram por não se concretizar devido aos bloqueios de burocracia ambiental", revela inquérito da AIP.
Empresas têm 1.300 milhões de investimento bloqueado por "burocracia ambiental"
Leonardo Negrão/Global Imagens
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As empresas portuguesas têm cerca de 1,3 mil milhões de investimento bloqueado devido a dificuldades nos processos ambientais, de acordo com um inquérito da Associação Industrial Portuguesa (AIP) divulgado esta terça-feira, 18.

O inquérito da AIP sobre Problemas de Licenciamento em Portugal concluiu que há mais de 1,3 mil milhões de investimento bloqueado, a aguardar pareceres ou que não puderam ser concretizados devido a bloqueios nos processos ambientais.

"Deste montante, 730 milhões de euros ainda aguardam pareceres, enquanto 490 milhões de euros acabaram por não se concretizar devido aos bloqueios de burocracia ambiental", indica a associação, em comunicado.

Quase metade (44%) dos projetos de investimento estão a aguardar decisão das entidades intervenientes nos processos há mais de dois anos e 14% há mais de cinco.

Segundo o inquérito, que foi realizado entre os dias 19 e 30 de setembro, a principal causa para esta situação são "complexos e morosos planos de tramitação das alterações de Planos Diretores Municipais (PDM), os prazos de aprovação de PP (Plano de Pormenor) e PU (Plano de Urbanização) e dos processos de desafetação de Reserva Ecológica Nacional (REN) e Reserva Agrícola Nacional (RAN)".

"Entre o tipo de projetos de investimento condicionados, 43% dizem respeito a construção de novas instalações, 33 a expansão das existentes e 21% relacionam-se com a instalação de novos equipamentos", detalha a AIP.

Quanto a sugestões para ultrapassar estes bloqueios, as empresas inquiridas defendem a limitação de prazos máximos na tramitação das diversas fases do processo, bem como a "necessidade de reverter as alterações legislativas que se efetuaram ao DL [decreto-lei] 46/2001 que atribuía competências de licenciamento às sociedades gestoras das áreas de localização empresarial".

Além disso, 76% das empresas que responderam ao inquérito defendem que o Ministério da Economia deveria ter o exclusivo do licenciamento ambiental.

O Inquérito aos Problemas de Licenciamento em Portugal, de base ambiental, auscultou sociedades comerciais, com 238 respostas validadas.

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