O Estado acumula uma dívida de cerca de 60 milhões de euros às empresas de transportes pela implementação dos passes gratuitos para jovens até aos 23 anos e para antigos combatentes, denunciou a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP), posição confirmada ao Jornal de Notícias por várias comunidades intermunicipais (CIM).Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP, que há um ano chegou a avisar que poderia suspender os passes gratuitos, afirma que o dinheiro não chega atempadamente e "os operadores estão a ser penalizados. No tarifário social dos jovens, temos atrasos superiores a dez meses e nos passes dos antigos combatentes é de dois anos. Os operadores ficam sem liquidez, têm de pedir financiamento bancário, continuam a ter custos regularmente e a maior parte das receitas de bilheteira não aparece”, acrescenta.Segundo o mecanismo acordado, as áreas metropolitanas e as CIM remetem mensalmente ao Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT) o montante de compensação apurado, até ao último dia de cada mês, com um desfasamento máximo de três meses. O IMT dispõe depois de 15 dias para comunicar os valores à Direção‑Geral do Tesouro e Finanças, que tem um prazo máximo de 30 dias para transferir os fundos às CIM.O Governo nega atrasos generalizados nos pagamentos relativos ao passe jovem, mas alguns municípios contestam essa versão. Ao mesmo jornal, o Ministério das Infraestruturas e Habitação afirmou que se encontram pagos “os passes jovens gratuitos referentes ao mês de julho”, que são “devidos em novembro”, e “cujo reporte tenha sido atempadamente efetuado pelos operadores e autoridades de transportes”..Governo paga 45 milhões em dívida para passes gratuitos de estudantes