Estudo diz que 86% das empresas em Portugal não estão preparadas para a diretiva de transparência salarial

Este percentual está alinhado com a média europeia (87%) e ligeiramente acima da média global (81%).
A maior parte das empresas familiares são da área dos serviços
A maior parte das empresas familiares são da área dos serviçosBruno Simões Castanheira / Global Imagens
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A Aon divulgou os resultados do Pay Transparency Study 2025, que mostram que 86% das empresas em Portugal ainda não estão preparadas para cumprir a Diretiva Europeia de Transparência Salarial, a ser transposta para a legislação nacional até junho de 2026.

Este percentual está alinhado com a média europeia (87%) e ligeiramente acima da média global (81%).

O estudo revelou que apenas 14% das organizações em Portugal afirmam estar prontas, uma situação semelhante à europeia (13%) e inferior à global (19%). Além disso, 58% das empresas nacionais ainda estão em fase de preparação, em comparação com 63% na Europa e 58% no mundo.

Joana Brito, HR Solutions Senior Consultant da Aon Portugal, refere que “a Diretiva Europeia de Transparência Salarial representa uma mudança estrutural profunda no mercado de trabalho. A grande maioria das empresas ainda não tem processos consolidados e muitas adotam uma abordagem reativa em vez de proativa”.

Quanto à equidade salarial, apenas 18% das organizações em Portugal realizaram uma avaliação independente nos últimos 12 a 18 meses, abaixo da média europeia (24%) e global (26%). O estudo também indicou que 70% das empresas identificaram desigualdades que exigem intervenção.

Em termos de comunicação, apenas 22% das organizações em Portugal desenvolveram uma estratégia específica para a transparência salarial, e 78% ainda não possuem uma abordagem formal.

Joana Brito alerta que “a transparência salarial representa uma mudança profunda e a forma como é comunicada é absolutamente decisiva para gerar confiança.”

A diretiva europeia exigirá que as empresas comuniquem disparidades salariais entre homens e mulheres a partir de 2027, o que torna urgente a construção de estruturas sólidas que assegurem não apenas o cumprimento legal, mas também a credibilidade das organizações perante colaboradores e sociedade.

O estudo da Aon contou com 1.427 respostas globalmente, incluindo 51 de Portugal, e avaliou a estratégia de transparência salarial, a equidade e a comunicação/governança.

A maior parte das empresas familiares são da área dos serviços
Maioria das empresas nacionais não tem noção de transparência salarial

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