O Banco Português de Fomento (BPF) anunciou que o financiamento às empresas atingiu 5.150 milhões de euros até setembro de 2025, um aumento significativo em comparação com os 539 milhões de euros registados durante todo o ano de 2024. Durante uma conferência de imprensa em Lisboa, o banco público revelou que a meta para o final do ano é alcançar 6.000 milhões de euros em financiamento, que inclui garantias, instrumentos de capital, dívida e fundos de investimento.O presidente executivo do BPF, Gonçalo Regalado, expressou otimismo, ao afirmar que espera "o melhor ano de produção do grupo, excluindo o ano do covid [2020]". No entanto, esclareceu que a meta anterior de 7.000 milhões de euros foi revista para 6.000 milhões devido a "operações de grande dimensão" que podem ser adiadas para 2026.Regalado explicou que alguns financiamentos dependem da colaboração com outras entidades para serem concretizados, o que pode ocorrer ainda este ano ou nos primeiros meses de 2026. "Não temos dúvidas de que os 1.000 milhões de euros chegarão, mas não está nas mãos do banco fazer-se neste ano civil", acrescentou.Em relação ao crédito problemático, o BPF registou 1.047 milhões de euros em empréstimos em incumprimento até setembro. A maior parte deste montante é considerada "stock" herdado do passado, com pouco novo malparado a surgir. Mais de 90% do crédito em incumprimento apresenta imparidade, incluindo 450 milhões de euros que contaram com o aval do Estado.Regalado demonstrou esperança na recuperação de parte significativa do crédito em incumprimento, uma vez que 60% das empresas com crédito malparado continuam a operar e mais de 80% do montante refere-se a créditos de valor relativamente pequeno, com uma média de 60 mil euros por crédito.Quanto aos resultados financeiros, o BPF reportou lucros de 9,8 milhões de euros até setembro, uma queda de 44% em relação ao mesmo período de 2024. O produto bancário desceu 2,8%, situando-se em 38,3 milhões de euros, enquanto o ativo total reduziu 4%, totalizando 706,8 milhões de euros.O CEO do BPF destacou que o foco do banco é apoiar a economia, mesmo que isso signifique uma rentabilidade inferior. "Não temos a menor dúvida de que temos é de prestar contas aos acionistas do banco, que são os cidadãos". Mencionou ainda que, apesar de a rentabilidade ser importante, a prioridade é o crescimento económico.Até setembro, os custos operacionais do BPF foram de 19 milhões de euros, refletindo um aumento nos custos com pessoal e gastos gerais. O banco, que contava com cerca de 221 funcionários, pretende continuar a aumentar a sua equipa.Criado para promover a modernização das empresas e o desenvolvimento económico em Portugal, o BPF gere também recursos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, no início deste ano, criticou o impacto do banco e prometeu um relançamento, o que levou à nova administração sob a liderança de Gonçalo Regalado..Empresas de capital de risco querem continuar a colaborar com BPF sob nova liderança