A fintech francesa Deblock pretende consolidar a sua presença em Portugal e a preparar o lançamento do que pretende ser o primeiro banco totalmente on‑chain em território nacional, previsto para 2026.O objetivo ficou bem claro depois de ter anunciado, na passada sexta-feira, uma ronda Série A de 30 milhões de euros, liderada por Speedinvest, Latitude e CommerzVentures.Os fundos serão usados para localizar o produto, reforçar compliance, ampliar equipas de engenharia e atendimento em português e acelerar a aquisição de utilizadores. A empresa, que começou com 15 colaboradores em Portugal, planeia aumentar a equipa local e abrir um escritório para incorporar novos talentos e apoiar o seu crescimento.Com a aposta forte no nosso país, a Deblock quer que os portugueses possam gerir pagamentos, poupanças e crédito “diretamente na blockchain”, combinando IBAN personalizado, cartões VISA (físicos e virtuais) e uma carteira cripto em autocustódia numa única conta que suporta pagamentos SEPA e acesso a serviços DeFi.A estratégia foca cinco frentes: inteligência artificial, open banking e finanças integradas, tokenização de ativos, novos produtos de crédito e pagamentos, e subscrições de valor acrescentado — áreas que a empresa considera decisivas a curto prazo para o crescimento.Tom Filip Lesche, da Speedinvest, afirma que “a equipa da Deblock tem uma visão muito clara do que quer construir e uma capacidade de execução excecional até agora”. Paul Morgenthaler, da CommerzVentures, refere que “a equipa fundadora da Deblock combina um profundo conhecimento tecnológico em cripto e conformidade regulatória com muitos anos de experiência na construção de produtos financeiros escaláveis”. Quanto a Mario Eguiluz, cofundador da Deblock, declara que “o objetivo é oferecer uma forma clara e segura de usar tanto euros como ativos digitais no dia a dia”.A Deblock já realizou rondas anteriores totalizando 26 milhões de euros, lançou a plataforma em 2024 e diz ter mais de 600 mil downloads. Está regulada como Entidade de Dinheiro Eletrónico, com licença MiCA pela AMF e autorização PSAN desde novembro de 2024. A expansão prevista para 2026 inclui Alemanha, BeNeLux e Itália, com Portugal como mercado-chave de referência.