FlixBus com perdas de mais de 12 milhões em 2024 por "bloqueio" no acesso a terminal de Sete Rios

A informação foi avançada esta quinta-feira, 6, pelo diretor-geral da FlixBus em Portugal e vice-presidente para a Europa Ocidental, Pablo Pastega, num encontro com jornalistas, em Lisboa.
Em Portugal, a FlixBus garante transporte para 53 destinos.
Em Portugal, a FlixBus garante transporte para 53 destinos.Gerardo Santos/Global Imagens
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A FlixBus estimou perdas de 12,5 milhões de euros em 2024 devido ao impedimento de acesso ao terminal de Sete Rios, em Lisboa, apesar de uma decisão do regulador que reconhece o acesso da multinacional, ainda por aplicar.

A informação foi avançada esta quinta-feira, 6, pelo diretor-geral da FlixBus em Portugal e vice-presidente para a Europa Ocidental, Pablo Pastega, num encontro com jornalistas, em Lisboa.

A multinacional alemã, que entrou em Portugal em 2017, registou um volume de negócios de 90,6 milhões de euros no ano passado, pelo que as perdas estimadas com o que chama de “bloqueio ilegal” ao acesso ao terminal de Sete Rios, “o maior e mais importante” do país, representam quase 15%.

“Isto representa um dano económico enorme para a FlixBus, mas também afeta os passageiros, que se veem forçados a viajar em condições piores do que podiam”, afirmou Pablo Pastega, acusando a Rede Expressos (detida maioritariamente pelo grupo Barraqueiro) de "monopólio".

Em 2023, a FlixBus apresentou uma queixa formal à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) por recusa de acesso ao terminal de Sete Rios, operado pela Rede Nacional de Expressos, e, em maio deste ano, o regulador determinou o acesso equitativo e não discriminatório àquela infraestrutura.

A AMT considerou que “não foi provado o esgotamento da capacidade do terminal e foi confirmada a existência de capacidade disponível”, devendo, por isso, o gestor “facultar o acesso ao terminal, dentro dos horários disponíveis, não podendo tal ser negado, a todos os operadores que o requeiram”, lembrando que as infrações ao cumprimento destas regras “constituem contraordenações”.

“Ao mesmo tempo que vão negando os nossos pedidos, apercebemo-nos de aumento de serviços operados pela Rede Expressos”, denunciou a FlixBus, dando os exemplos dos terminais de Caldas da Rainha (distrito de Leiria) e de Fátima (Santarém).

A transportadora que opera na Europa, Estados Unidos e Ásia disse não perceber como é que, seis meses depois, a decisão continua sem aplicação efetiva, e afirmou que “Lisboa é a única capital europeia onde não tem acesso ao principal terminal da cidade”.

“Se tivermos de recorrer à Comissão Europeia e ao Tribunal de Justiça da União Europeia para cumprir uma decisão da AMT, vamos fazê-lo, mas gostaríamos que as autoridades portuguesas tomassem uma atitude”, vincou Pablo Pastega.

A empresa promoveu esta manhã uma ação simbólica pela mobilidade livre, em Sete Rios, com cerca de meia centena de pessoas vestidos e com bagagem com as cores e insígnias da marca.

Para 2026, o plano da empresa é continuar a expandir e conectar as capitais de distrito fora do eixo Lisboa-Coimbra-Porto, estando já a adicionar destinos onde não havia serviço expresso antes da abertura do mercado à concorrência, no final de 2019, como por exemplo Vila do Conde (Porto) e Mealhada (Aveiro).

Uma das grandes apostas para o próximo ano será em Leiria, que vai ter um novo terminal público, o que vai permitir à FlixBus quase triplicar a sua operação naquela localização.

“Com Sete Rios, temos mais opções de crescimento. Neste momento, as nossas capacidades de crescimento são limitadas”, realçou Pablo Pastega.

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