GSK faz 100 milhões em Portugal pela primeira vez na sua história

Marca britânica atingiu marca histórica no conjunto do ano de 2024, mas não quer ficar por aqui. Nos próximos três exercícios espera crescer a dois dígitos, atingindo os 172 milhões de euros.
GSK faz 100 milhões em Portugal pela primeira vez na sua história
Reinaldo Rodrigues
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A farmacêutica britânica GSK, presente em Portugal há mais de 100 anos, registou receitas superiores a 100 milhões de libras (114,6 milhões de euros) no nosso país, declarou ao DN o diretor-geral da empresa em Portugal, Eric King. Apesar de se tratar de um objetivo que a gestão da empresa já procurava há muito tempo, a GSK Portugal espera vir a ampliar largamente nos próximos três anos, como explicou o responsável.

“No ano passado, 2024 foi o primeiro ano em que a GSK registou 100 milhões de libras (114,6 milhões de euros) em vendas em Portugal, em mais de um século de presença em Portugal. São receitas que provêm de áreas como as vacinas, medicamentos em geral e especializados, que incluem a oncologia”, explicou.

Grande parte desse valor, especificou, surge do principal produto da empresa em Portugal, as vacinas, mas há um crescendo do negócio de medicamentos de uso geral tradicional da GSK, que são as terapias respiratórias inaladas, e toda a medicação cuja patente já expirou (off-patent).

Eric King, no entanto, recusa a ideia de que esse resultado histórico para a marca signifique que o mercado português atingiu um pico.

“Não, não. Não atingiu nenhum pico. Olhando para diante, acho que temos grandes oportunidades. Porque o que temos é uma base sólida: temos 11 vacinas no Plano Nacional de Vacinação e isso constitui uma base sólida de negócios. É negócio sólido, recorrente, que vai continuar. E temos oportunidades no futuro, tanto para adicionar mais vacinas ao mercado público - a vacina do Zoster (Zona), eu acho, é uma que pode oferecer um enorme benefício - e depois temos o lançamento de novas terapias que estamos a fazer em oncologia e na especialidade”, salientou.

Por isso, mesmo, revelou o diretor-geral da GSK ao DN, a ambição da empresas é continuar a crescer a dois dígitos por ano, nos próximos anos.

“Pensamos crescer a dois dígitos nos próximos três anos. Nós planeamos em ciclos de três anos. No período que consta do plano, seria superior a dois dígitos. É muito. Levámos 100 anos a chegar aos 100 milhões e se tudo correr bem - e achamos que vai correr bem - podemos chegar aos 150 milhões de libras (172 milhões de euros) nos próximos três”, atirou.

O negócio da GSK, considera Eric Kin, tem beneficiado da atitude dos portugueses e das autoridades nacionais quanto à vacinação ao longo de várias décadas.

“Se olhar para Portugal e o comparar com outros países, do ponto da vista da taxa de vacinação é uma das mais altas no mundo. E isso diz-lhe que os portugueses têm enorme confiança no seu governo, nos medicamentos e nas vacinas. E não vê isso em todo o lado. Se for ao meu país (Eric King é norte-americano, mas também tem nacionalidade britânica) verá uma grande percentagem da população que não quer ser vacinada, particularmente com as vacinas para adultos. E Alemanha, França e outros países, não têm o mesmo nível de imunização de Portugal”, elogiou o diretor-geral da GSK.

O outro elemento, do ponto de vista dos negócios, em que o mercado português favorece a GSK é que “a economia portuguesa ou o sistema de saúde português (SNS) ainda permitem que os medicamentos que estão fora de patente possam continuar a ser usados” e vendidos. “Isso é algo que nem sempre se vê em outros países”, concluiu.

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