Investimento em retalho na Europa cresce 16% em 2025 com Portugal na liderança

De acordo com um estudo da Savills, o investimento em espaços comerciais no país disparou 128% entre janeiro e setembro, destacando-se como um mercado dinâmico.
O Natal é época de grande movimento no retalho.
O Natal é época de grande movimento no retalho.Maria João Gala / Global Imagens
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O volume de investimento em ativos de retalho na Europa alcançou 24,6 mil milhões de euros desde o início de 2025, o que representa um crescimento de 16% em comparação com o mesmo período de 2024, de acordo com um estudo da Savills. Este valor supera em 3% a média dos últimos cinco anos para o mesmo período.

Apesar dos desafios económicos, este resultado indica uma recuperação sólida do setor de retalho na Europa.

Em Portugal, o investimento em espaços comerciais disparou 128% entre janeiro e setembro, destacando-se como um mercado dinâmico.

Outros países europeus também mostraram variações significativas, como a Bélgica (+241%), Países Baixos (+180%), Dinamarca (+135%) e Finlândia (+114%).

José Galvão, Head of Retail da Savills Portugal, afirma que “os fundamentos que se verificam no mercado europeu aplicam-se também a Portugal. A elevada procura de ativos de retalho - especialmente em localizações prime - continuará a pressionar o valor das rendas e a compressão das yields prime”.

Os centros comerciais estão a recuperar, representando 30% do volume total de investimento em retalho, um aumento em relação aos 26% do ano passado. Este crescimento deve-se a transações de maior dimensão, o que reflete a confiança dos investidores e a procura por ativos que atendam às novas tendências de consumo.

James Burke, Director of Global Cross Border Investment da Savills, destaca que “a redução da taxa de desocupação, a subida das rendas e a falta de novos projetos no mercado estão a reforçar a rentabilidade do setor”. Observa que este cenário tem atraído ativos e carteiras maiores, bem como uma diversidade de compradores.

Por sua vez, Lydia Brissy, do Savills European Commercial Research Team, prevê que “em 2026, a melhoria das condições económicas e o dinamismo do mercado de arrendamento manterão o interesse dos investidores”. Sugere que a redução das yields deve continuar de forma gradual, especialmente nos retail parks e nas lojas de rua, devido à forte procura. Os centros comerciais prime, segundo Brissy, deverão também beneficiar de uma maior procura institucional, o que ajudará na liquidez e na descida das yields neste segmento.

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