Foi pela mão da Boutique dos Relógios que a Kross Studio apresentou o Batman Collector Set em Lisboa, na terceira semana de julho. Pela primeira vez na capital portuguesa, o conjunto de edição limitada reflete a opção da marca de integrar referências da cultura pop nas suas criações: The House of Dragons, Star Wars ou Game of Thrones são alguns dos temas que a Kross já trabalhou.
“Quero fazer mais do que um relógio temático. Quero pensar nas peças como parte dos filmes. Todos e quaisquer detalhes são pensados na ótica do filme em questão”, contou Marco Tedeschi, fundador da Kross Studio, durante um encontro exclusivo com jornalistas. O também diretor criativo da marca, criada em 2020, lançou o projeto com a ajuda de quatro outros sócios. Stéphanie Tedeschi, Chief Marketing Officer; Julien Bouchard, Chief Financial Officer; Sergio Silva, o mestre relojoeiro português que fez carreira na Vacheron Constantin, Roger Dubuis e Romain Jerome; e Fabio Rodrigues, Chief Commercial Officer.
Todos eles têm uma vasta experiência acumulada em marcas como a Vacheron Constantin, a Romain Jerome, Audemars Piguet ou a Hublot, e decidiram agora congregá-la numa marca de nicho, que faz não mais do que 10 peças, e se dirige especialmente a colecionadores e amantes deste tipo de peças que juntam a mais alta relojoaria a uma cultura pop ou cinematográfica.
E apesar de admitir aumentar a produção, Tedeschi diz ao Diário de Notícias que não quer ultrapassar os três mil relógios anuais, por forma a conseguir manter a qualidade e a exclusividade da sua oferta. “Temos dez novidades a ser desenvolvidas atualmente, e todas elas podem incluir micropintura, pintura à mão, gravação manual...são técnicas altamente especializadas que obrigam a um detalhe imenso e que não queremos pôr em causa com a industrialização da marca”.
O diretor criativo da casa fala enquanto mostra o mais recente relógio, dedicado a Batman, e onde o turbilhão central desenvolvido em homenagem à personagem e o Bat-Sinal – peça funcional que acompanha o conjunto – estão em destaque. “Reparem como o relógio não tem qualquer aresta. Retirámos, também, a coroa às 15h, precisamente para não incomodar no pulso. Quero uma peça totalmente ergonómica, com os melhores acabamentos...”, referiu. “Só fazemos um relógio por movimento – queremos estar sempre a inovar - e começamos com peças que têm 5 dias de reserva de marcha. Todos eles são mecânicos”, vai elencando à medida que mostra as várias criações da Kross até agora. “Podemos, também, personalizar qualquer relógio, com elementos que as pessoas peçam. Na verdade, atualmente, 1 em cada 5 relógios que produzimos, atualmente, são costumizados”, revela.
Com preços a rondar os 50 mil francos suíços (cerca de 53,6 mil euros ao câmbio atual), estas criações têm estado sobretudo na mira dos mercados mexicano - “temos ótimas relações com parceiros comerciais de lá e isso pode explicar”, refere Tedeschi – e asiático. A chegada a Portugal, cinco anos depois da sua criação, acaba por ser um movimento natural. “Nós também temos uma linha de acessórios, e a Boutique dos Relógios sempre goi o nosso melhor retalhista da Europa”, explica Tedeschi. “E, naturalmente, o facto de o Sérgio Dias ser português também fez diferença”, admite o fundador da Kross enquanto aponta para o sócio, à conversa com outros jornalistas.
Com uma carreira reconhecida no mundo da alta joalharia, Sérgio conta como no dia da entrevista com Marco se limitou a dar-lhe o relógio que tinha no pulso e que ele próprio tinha desenvolvido. “Para quê falar-lhe do que posso fazer, se podia mostrar?”, resume com um sorriso e um sotaque fortemente marcado pelos anos passados na Suíça.
A Kross distingue-se também por controlar todo o design e produção de cada peça, o que garante o cumprimento de elevados padrões de relojoaria, que são complementados pela rebeldia das parcerias com entidades como a Warner Bros. Discovery, HBO, DC Comics, Hasbro e Lucasfilm. A marca desenvolve ainda acessórios como relógios de mesa, caixas rotativas e estojos de viagem.