A Savannah disse esta quinta-feira, 4, que a Comissão Europeia reafirmou e reforçou o estatuto de projeto europeu estratégico para a mina de lítio do Barroso ao rejeitar a queixa apresentada por Organizações Não Governamentais (ONG).A empresa que detém a concessão da mina de lítio do Barroso, em Boticas, distrito de Vila Real, congratulou-se pelo “reforço da confiança da Comissão Europeia”.Na semana passada ficou a saber-se que a Comissão Europeia rejeitou o pedido feito em junho pela Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), da MiningWatch Portugal e da ClientEarth para remover a mina do Barroso da sua lista de “projetos estratégicos”, ao abrigo do Regulamento das Matérias-Primas Críticas (CRMA).“Esta decisão vem assim reconfirmar e reforçar o projeto lítio do Barroso como um dos projetos estratégicos para a Europa, no âmbito do Ato das Matérias-Primas Críticas. O projeto irá ter um papel fundamental na reindustrialização da Europa, na descarbonização do transporte na União Europeia e no combate à dependência energética externa que a Europa hoje enfrenta. Irá também apoiar a recuperação populacional e económica da região envolvente ao projeto”, salientou a Savannah em comunicado.Segundo a empresa britânica, a decisão da Comissão Europeia de considerar “sem fundamento” os argumentos dos requerentes, vem no “seguimento de várias outras decisões dos tribunais nacionais em dar razão à Savannah”.Apontou ainda que “os requerentes não são representantes das comunidades vizinhas ao projeto lítio do Barroso, sendo que apenas uma organização tem base e estrutura local” e que “embora se apresente como ONG é, na verdade, base para um grupo de pessoas cada vez mais radicais mas que tem vindo a diminuir à medida que na região se compreende cada vez melhor o projeto”.Por fim, a Savannah lamentou que a “constante procura de visibilidade pelo grupo opositor se faça à custa dos recursos das entidades públicas” e salienta que o “reforço da confiança da Comissão Europeia no projeto lítio do Barroso “aumenta ainda mais a responsabilidade em desenvolver o projeto bem e rápido, de forma a melhor servir as comunidades, o país e a Europa”.As ONG e grupos comunitários contestaram a decisão da Comissão argumentando que esta “ignora evidências crescentes de que o desenho da mina apresenta riscos ambientais e de segurança graves” e apontam, agora, para um "risco de sacrificar regiões rurais e ecossistemas frágeis por lucros de curto prazo".A mina de lítio, proposta pela Savannah para Covas do Barroso, em Boticas, distrito de Vila Real, obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em 2023 e a empresa prevê iniciar as obras em 2026 e a produção em 2028..Lítio: Savannah aumenta capital, adquire nova concessão e inicia obra em 2026