O Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau anunciou esta quarta-feira, 12, uma queda de 29% nos lucros líquidos nos primeiros nove meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado.O banco revelou em comunicado lucros líquidos não auditados de 315,3 milhões de patacas (34,02 milhões de euros) entre janeiro e setembro, um registo que aponta para uma redução de 128,9 milhões de patacas (13,91 milhões de euros) face ao período homólogo anterior.O rendimento líquido de juros, referente ao retorno de investimentos depois da dedução de impostos e taxas, também caiu 16,2% no período em análise para 631,3 milhões de patacas (66,18 milhões de euros), menos 121,9 milhões de patacas (13,15 milhões de euros) em termos homólogos, o que o banco atribuiu à evolução das taxas de juro.A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) reduziu em 25 pontos base a taxa de juro de referência em meados de setembro e voltou a baixar os juros em 0,25 pontos percentuais no final de outubro, acompanhando decisões semelhantes da autoridade monetária de Hong Kong, que por sua vez acompanhou nos dois momentos a Reserva Federal (Fed) norte-americana. A moeda de Macau está indexada ao dólar de Hong Kong, que está indexado ao dolar norte-americano, pelo que as decisões relacionadas com os juros são sempre consistentes.O BNU revelou que a redução da margem financeira líquida foi parcialmente compensada por um aumento de 3,8% das comissões líquidas para 68,9 milhões de patacas (7,44 milhões de euros), mais 2,5 milhões de patacas (270 mil euros) face aos primeiros nove meses de 2024.O volume das imparidades de crédito e de investimentos financeiros subiu 27,8% para 32,7 milhões de patacas (3,53 milhões de euros), montante que compara com 25,6 milhões de patacas (2,76 milhões de euros) no mesmo período de 2024, justificando uma "abordagem prudente e prospetiva do banco em matéria de provisionamento de risco, num contexto macroeconómico ainda incerto", segundo o comunicado."A qualidade dos ativos do BNU mantém-se sólida, suportada por práticas conservadoras de concessão de crédito e por uma robusta margem de provisões", garante o banco.Os custos operacionais do BNU Macau entre janeiro e setembro do exercício corrente totalizaram 323,9 milhões de patacas (34,95 milhões de euros), representando também aqui um aumento de 3,4% em termos homólogos.Em contrapartida, o volume de negócios continuou a crescer, o crédito concedido atingiu 26,21 mil milhões de patacas (2,83 mil milhões de euros) em setembro de 2025, mais 3,6% em termos homólogos, enquanto os depósitos de clientes aumentaram 9,9% para 36,42 mil milhões de patacas (3,93 mil milhões de euros), mais 3,28 mil milhões de patacas (350 milhões de euros) face ao ano anterior, "evidenciando financiamento estável e relações sólidas com os clientes", segundo o comunicado do BNU Macau.O BNU tem sede em Macau e pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), sendo, juntamente com o Banco da China, emissor de moeda na região administrativa especial da China..BNU em Macau com lucro de 13,8 milhões no primeiro trimestre