Mais de 60% das empresas em Portugal já oferecem benefícios flexíveis, indica estudo da WTW

Entre as barreiras apontadas pelas organizações que ainda não adoptaram estes programas destacam‑se os custos financeiros e a incerteza fiscal e legal.
Mais de 60% das empresas em Portugal já oferecem benefícios flexíveis, indica estudo da WTW
Pedro Granadeiro / Global Imagens
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Um inquérito da consultora WTW sobre Benefícios Flexíveis de 2025 mostra que 62% das empresas em Portugal já implementaram planos desse tipo, enquanto 16% estão a considerar avançar com eles, refletindo uma mudança clara nas políticas de compensação no tecido empresarial.

O estudo, que reuniu cerca de 80 participantes — maioritariamente multinacionais e empresas com mais de 200 colaboradores — oferece uma fotografia sobretudo do segmento corporativo mais estruturado.

Entre as barreiras apontadas pelas organizações que ainda não adoptaram estes programas destacam‑se os custos financeiros e a incerteza fiscal e legal.

Ana Amado, Head of Benefits da WTW Portugal, sublinha a transformação nas expectativas dos trabalhadores, ao referir que "a flexibilidade já não é apenas uma tendência — é uma expectativa. E o desafio passa agora por encontrar soluções simples, eficientes e que sejam também adaptáveis".

Por outro lado, a gestão dos planos é em grande parte externalizada, já que 34% das empresas utilizam plataformas externas dedicadas, 11% gerem internamente sem ferramentas específicas e apenas 4% desenvolveram soluções próprias. Ao escolher parceiros, as empresas valorizam sobretudo a variedade de benefícios (82%), a possibilidade de customização (63%), o preço (61%) e o apoio ao cliente (59%).

Os vales sociais são o benefício mais oferecido (84%), mas o Seguro de Saúde lidera as preferências dos colaboradores (78%) e é também um dos benefícios mais presentes nos pacotes (78%). O Seguro de Vida é o menos valorizado, o que o relatório associa a níveis de literacia financeira e de risco baixos na população. Benefícios ligados ao home office e tecnologia mantêm boa posição tanto na oferta como na valorização, refletindo o impacto do trabalho híbrido.

Os planos são financiados principalmente via salário variável (54%), seguido de montante fixo por colaborador (23%) e percentagem do salário (20%).

Quanto à amplitude da oferta, 37% das empresas disponibilizam entre um e cinco benefícios, 37% entre seis e dez e 26% mais de dez benefícios. O valor anual atribuído por colaborador mais comum situa‑se entre 1 001 e 5 000 euros.

Em termos de acessibilidade, 51% das empresas permitem uma única abertura anual do plano, enquanto 33% oferecem 12 aberturas, permitindo escolhas mensais.

O Survey de Benefícios Flexíveis 2025 aponta para uma consolidação destes programas nas empresas portuguesas, especialmente entre grandes grupos e multinacionais, e realça a necessidade de soluções simples, personalizáveis e fiscalmente claras para acelerar a adoção em empresas de menor dimensão.

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