Menzies vai contestar vitória da Iberia no concurso para handling nos aeroportos nacionais

A Menzies Aviation foi formalmente notificada sobre os resultados do relatório preliminar e lamentou a decisão, afirmando que “não concorda com a classificação atribuída”.
Menzies vai contestar vitória da Iberia no concurso para handling nos aeroportos nacionais
Foto: Menzies Portugal
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A Menzies Aviation, que detém a maioria do capital da insolvente Groundforce, poderá ser excluída da atribuição das licenças de assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.

Como avançou o Dinheiro Vivo esta quarta-feira, 15, em primeira mão, o júri do concurso lançado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) recomendou, no relatório preliminar, o consórcio espanhol que inclui a Clece e a South, embora os concorrentes ainda tenham direito a ser ouvidos em audiência prévia.

A Clece é uma empresa do grupo ACS, cujo principal acionista é Florentino Pérez, presidente do Real Madrid. A South pertence ao grupo Iberia e opera na área de handling. O Dinheiro Vivo noticiou que, por proposta da ANAC, as atuais licenças, que terminariam a 19 de novembro, serão prolongadas por mais um ano.

A Menzies Aviation foi formalmente notificada sobre os resultados do relatório preliminar e lamentou a decisão, afirmando que “não concorda com a classificação atribuída”. A empresa, que adquiriu a maioria do capital da SPdH (anteriormente conhecida como Groundforce) em junho de 2024, anunciou que irá contestar a decisão.

“Com base na análise efetuada às outras propostas apresentadas, consideramos que existem múltiplos fundamentos objetivos e técnicos para contestar o relatório preliminar da ANAC”, declarou a empresa.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), o maior sindicato da Menzies, expressou a sua “incredulidade e indignação” em relação ao resultado. “Embora este relatório seja preliminar, portanto passível de contestação nas instâncias próprias, o facto de não serem cumpridos os pressupostos previstos no plano de recuperação quanto à atribuição das licenças deixa-nos, no mínimo, estupefactos”, afirmou o sindicato.

O SITAVA enfatizou a necessidade de uma decisão que assegure que as licenças sejam atribuídas a quem demonstre ter os recursos humanos e materiais necessários. “Este é um momento em que todos devemos manter uma grande serenidade e aguardar que, após recurso, a decisão final seja a de atribuir as licenças a quem cumpre os requisitos, a SPdH”, acrescentou o sindicato, que atribuiu responsabilidades ao clima de instabilidade causado por greves convocadas por outros sindicatos.

A Menzies afirmou que desde a aquisição da SPdH, em 2024, “a empresa tem mantido um forte desempenho operacional, elevados padrões de conformidade e relações laborais construtivas, sustentadas por um Acordo de Empresa que protege os direitos dos colaboradores e assegura a estabilidade dos serviços”.

A empresa, com sede no Reino Unido e detida pelo grupo kuwaitiano Agility, anunciou que irá “iniciar de imediato o processo formal de recurso e recorrer a todos os meios disponíveis para garantir que a integridade e a equidade do resultado sejam plenamente revistas, conforme estipulado nas regras do concurso”.

A SPdH é detida em 51% pela Menzies e 49% pela TAP, sendo a companhia aérea portuguesa a sua principal cliente. Além da Menzies e do consórcio Clece/South, a espanhola Acciona também estava na corrida pelas licenças.

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