Neerlandês ABN Amro reduz 5.200 empregos no maior corte desde a crise financeira

Segundo uma "nova estratégia" apresentada pela entidade, o banco, que soma cerca de 27.500 funcionários depois das aquisições recentes, prevê ficar com cerca de 22.300 trabalhadores no final de 2028.
Neerlandês ABN Amro reduz 5.200 empregos no maior corte desde a crise financeira
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O banco ABN Amro vai realizar o maior corte de pessoal desde a crise financeira, ao reduzir 5.200 postos de trabalho até 2028, como parte de uma reestruturação destinada a melhorar a rentabilidade e reforçar a posição no mercado europeu.

Segundo uma "nova estratégia" apresentada esta terça-feira, 25, pela entidade, o banco, que soma cerca de 27.500 funcionários depois das aquisições recentes, prevê ficar com cerca de 22.300 trabalhadores no final de 2028, embora metade da redução ocorra por rotatividade natural, afirmou a direção, que explicou que haverá um "plano social sólido" para os afetados.

A presidente executiva (CEO) do ABN Amro, Marguerite Bérard, defendeu o novo plano como "uma estratégia ambiciosa" da entidade.

"Com raízes sólidas e um forte legado holandês, o nosso foco está no crescimento sustentável e lucrativo no noroeste da Europa", afirmou.

A estratégia resume-se em três objetivos: acelerar o crescimento, reduzir despesas e realocar capital.

O banco estabelece para 2028 uma rentabilidade sobre o património líquido de pelo menos 12%, um rácio de custos inferior a 55% e uma receita superior a 10.000 milhões de euros.

O ABN Amro sublinha que impulsionará o seu negócio de retalho aproveitando a digitalização e o crescimento de marcas como Tikkie e BUUT, e reforçará o seu negócio hipotecário e de poupança com a compra prevista do NIBC.

Além disso, após a aquisição da gestora alemã Hauck Aufhäuser Lampe, a área de banca privada procura posicionar-se entre as cinco primeiras da Europa.

Ao mesmo tempo, o banco simplificará a sua estrutura, eliminará sistemas tecnológicos legados e integrará Inteligência Artificial em processos operacionais para reduzir custos e aumentar a eficiência.

A reestruturação ocorre num contexto de crescentes movimentos no setor bancário holandês, com foco na melhoria da rentabilidade.

Nas últimas semanas, o ASN Bank anunciou que cortará 25% da sua força de trabalho, enquanto o ING comunicou possíveis demissões de até 950 funcionários em 2024 e 2025.

Por sua vez, o ABN Amro também confirmou hoje a venda da filial de empréstimos pessoais Alfam ao Rabobank, embora continue a oferecer esses produtos por meio de acordos com terceiros.

A operação está pendente de aprovação regulatória e espera-se que seja concluída no terceiro trimestre de 2026.

Com a retirada progressiva do Estado neerlandês como acionista - o Governo continua a reduzir a sua participação, que já se situa em cerca de 20% -, a entidade procura melhorar a sua avaliação em bolsa e mostrar, segundo Bérard, que é "um banco muito forte" e que "continuará a ser independente".

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