A banca digital cresce como nunca em Portugal. A Revolut conta com mais de dois milhões de clientes no país e os produtos que oferece estão a conquistar particularmente os públicos mais novos (a partir dos 18 anos). Destacam-se investimentos na bolsa e nos programas que funcionam como alternativa às tradicionais contas poupança.No mercado nacional, o número de investidores na Revolut duplicou em um ano, ao mesmo tempo que o capital investido cresceu quase 300%. Os jovens e jovens adultos dão o maior contributo para esta tendência, em função da preferência pelos mercados de capitais.A facilidade destas gerações em usar os smartphones tem aqui um papel decisivo, já que estes permitem fazer investimentos em produtos nacionais ou internacionais, com apenas um clique.O Diário de Notícias falou com Ignacio Zunzunegui, Head of Growth para o sul da Europa na Revolut, que reitera a "nova era de investimento, via telemóvel" que se vive entre mercados e investidores (portugueses e não só).O que está a mudar?Fundada na Lituânia, a Revolut está presente em dezenas de países. Permite não apenas depositar dinheiro e fazer pagamentos ou transferências, como também realizar todo o tipo de investimentos. Ora, por cá, mais de metade (56%) dos investidores têm entre 18 e 34 anos, o que leva crer numa mudança geracional na participação no mercado de capitais."No passado, [fazer investimentos] era mais no computador ou fisicamente, através do banco. Gradualmente, essa postura está a mudar", destaca o especialista, que olha para as principais razões. "O cliente procura conseguir mais poupança através de produtos de investimento", algo que a Revolut procura capitalizar.Por outro lado, os Money Market Funds foram lançados no ano passado e têm despertado interesse, de forma particular em Portugal. "É o terceiro país com maior investimento neste produto".Em causa está uma alternativa às tradicionais contas poupança, já que beneficia de "risco muito baixo" e segue de perto as taxas de juro do BCE. Ora, de acordo com o responsável da empresa, "os nossos concorrentes não estão a oferecer produtos de poupança competitivos, porque não têm taxas interessantes", o que permite à Revolut ganhar espaço no mercado.Por regiões, o que é possível verificar?De acordo com dados reunidos pelo gigante do setor, no que diz respeito a regiões, o Norte surge na primeira posição, com crescimentos significativos dos números, no que respeita ao investimento. É o caso da Área Metropolitana do Porto (mais 305%) e Trás-os-Montes (mais 600%).Em todo o caso, há um fenómeno claro de dispersão, de tal forma que na outra ponta de Portugal Continental, o Algarve, registou-se uma subida de 425%. Isto coloca a região no terceiro lugar entre as mais relevantes no que diz respeito a investimentos na Revolut.O que está a contribuir e até onde a Revolut pode chegar?Em Portugal, a par do que acontece noutros países, a literacia financeira é baixa, lembra. Algo que, em parte acontece porque "a acessibilidade a este tipo de produtos era muito baixa", além de que era difícil investir com valores baixos, recorda. A título de exemplo, não existiam ações fracionadas. Tudo isto é algo que a Revolut oferece como solução aos seus clientes, o que lhe permite "democratizar os investimentos".Assim sendo, esta modalidade de investir "é o futuro", sublinha Ignacio Zunzunegui. Noutra vertente, o setor imobiliário mantém-se no topo das preferências dos portugueses, na hora de investir. Porém, a tendência está a mudar e, mais uma vez, a começar nos jovens. Entre os 18 e 24 anos, 44% dão prioridade a ações fundos cotados (ETFs), o que coloca este segmento à frente do imobiliário (31%). O mesmo acontece na faixa etária dos 25 aos 24 anos, com 47% contra 34%, respetivamente. A este respeito, os ETFs que acompanham o S&P 500 (índice de referência na bolsa de Nova Iorque) reúnem a maior fatia das escolhas.O estudo teve por base uma amostra de mil inquiridos com pelo menos 18 anos, divididos por 20 países do continente europeu, entre os quais Portugal.A Revolut lançou em 2025 a possibilidade de as contas terem associado um IBAN português, a par do uso de MB Way para pagamentos e transferências. Para o futuro, Ignacio Zunzunegui promete o lançamento de novos produtos de poupança dirigidos (não só) ao mercado nacional..Revolut vendeu capital próprio. Operação avalia a empresa em 75 mil milhões