"Nova era de investimento". Revolut duplica número de investidores em 2025 e capital investido sobe 300%

Os produtos de investimento estão a conquistar o mercado português, a começar pela geração logo acima dos 18 anos, explica um dos líderes da empresa para a região, que esteve à conversa com o DN.
Ignacio Zunzunegui, Head of Growth para o sul da Europa na Revolut
Ignacio Zunzunegui, Head of Growth para o sul da Europa na Revolut
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A banca digital cresce como nunca em Portugal. A Revolut conta com mais de dois milhões de clientes no país e os produtos que oferece estão a conquistar particularmente os públicos mais novos (a partir dos 18 anos). Destacam-se investimentos na bolsa e nos programas que funcionam como alternativa às tradicionais contas poupança.

No mercado nacional, o número de investidores na Revolut duplicou em um ano, ao mesmo tempo que o capital investido cresceu quase 300%. Os jovens e jovens adultos dão o maior contributo para esta tendência, em função da preferência pelos mercados de capitais.

A facilidade destas gerações em usar os smartphones tem aqui um papel decisivo, já que estes permitem fazer investimentos em produtos nacionais ou internacionais, com apenas um clique.

O Diário de Notícias falou com Ignacio Zunzunegui, Head of Growth para o sul da Europa na Revolut, que reitera a "nova era de investimento, via telemóvel" que se vive entre mercados e investidores (portugueses e não só).

O que está a mudar?

Fundada na Lituânia, a Revolut está presente em dezenas de países. Permite não apenas depositar dinheiro e fazer pagamentos ou transferências, como também realizar todo o tipo de investimentos. Ora, por cá, mais de metade (56%) dos investidores têm entre 18 e 34 anos, o que leva crer numa mudança geracional na participação no mercado de capitais.

"No passado, [fazer investimentos] era mais no computador ou fisicamente, através do banco. Gradualmente, essa postura está a mudar", destaca o especialista, que olha para as principais razões. "O cliente procura conseguir mais poupança através de produtos de investimento", algo que a Revolut procura capitalizar.

Por outro lado, os Money Market Funds foram lançados no ano passado e têm despertado interesse, de forma particular em Portugal. "É o terceiro país com maior investimento neste produto".

Em causa está uma alternativa às tradicionais contas poupança, já que beneficia de "risco muito baixo" e segue de perto as taxas de juro do BCE. Ora, de acordo com o responsável da empresa, "os nossos concorrentes não estão a oferecer produtos de poupança competitivos, porque não têm taxas interessantes", o que permite à Revolut ganhar espaço no mercado.

Por regiões, o que é possível verificar?

De acordo com dados reunidos pelo gigante do setor, no que diz respeito a regiões, o Norte surge na primeira posição, com crescimentos significativos dos números, no que respeita ao investimento. É o caso da Área Metropolitana do Porto (mais 305%) e Trás-os-Montes (mais 600%).

Em todo o caso, há um fenómeno claro de dispersão, de tal forma que na outra ponta de Portugal Continental, o Algarve, registou-se uma subida de 425%. Isto coloca a região no terceiro lugar entre as mais relevantes no que diz respeito a investimentos na Revolut.

O que está a contribuir e até onde a Revolut pode chegar?

Em Portugal, a par do que acontece noutros países, a literacia financeira é baixa, lembra. Algo que, em parte acontece porque "a acessibilidade a este tipo de produtos era muito baixa", além de que era difícil investir com valores baixos, recorda. A título de exemplo, não existiam ações fracionadas. Tudo isto é algo que a Revolut oferece como solução aos seus clientes, o que lhe permite "democratizar os investimentos".

Assim sendo, esta modalidade de investir "é o futuro", sublinha Ignacio Zunzunegui. Noutra vertente, o setor imobiliário mantém-se no topo das preferências dos portugueses, na hora de investir. Porém, a tendência está a mudar e, mais uma vez, a começar nos jovens.

Entre os 18 e 24 anos, 44% dão prioridade a ações fundos cotados (ETFs), o que coloca este segmento à frente do imobiliário (31%). O mesmo acontece na faixa etária dos 25 aos 24 anos, com 47% contra 34%, respetivamente. A este respeito, os ETFs que acompanham o S&P 500 (índice de referência na bolsa de Nova Iorque) reúnem a maior fatia das escolhas.

O estudo teve por base uma amostra de mil inquiridos com pelo menos 18 anos, divididos por 20 países do continente europeu, entre os quais Portugal.

A Revolut lançou em 2025 a possibilidade de as contas terem associado um IBAN português, a par do uso de MB Way para pagamentos e transferências. Para o futuro, Ignacio Zunzunegui promete o lançamento de novos produtos de poupança dirigidos (não só) ao mercado nacional.

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