Novobanco obtém lucros de 435 milhões de euros no primeiro semestre

A margem financeira do banco, que traduz a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, caiu para 558,8 milhões de euros
Novobanco obtém lucros de 435 milhões de euros no primeiro semestre
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O lucro do Novobanco aumentou 17,4% no primeiro semestre face ao mesmo período de 2024, para 434,9 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira a instituição financeira, cuja venda aos franceses do BPCE foi anunciada em junho passado.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco refere que o aumento do resultado líquido foi “suportado por um sólido e diversificado modelo de negócio, impulsionado pelo robusto ‘franchising’ de crédito a empresas e de crédito habitação de baixo risco e pela elevada adoção do digital”.

A margem financeira do banco, que traduz a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos, caiu para 558,8 milhões de euros, face aos 594,9 milhões de euros dos primeiros seis meses de 2024.

Segundo o banco, o desempenho da margem financeira refletiu o aumento de 4,3% do valor médio dos empréstimos a clientes, tendo beneficiado de uma “estratégia de cobertura pró-ativa, compensando a descida de 152 pontos base da média da Euribor a seis meses” (de 3,84% no primeiro semestre de 2024 para 2,32% no primeiro semestre de 2025).

Até junho, o Novo Banco reporta um aumento de 6,0% do produto bancário, para 798,3 milhões de euros, enquanto o produto bancário comercial recuou 2,4% para 737,8 milhões, num contexto de descida das taxas de juro.

Já as comissões aumentaram 11,1%, para 179 milhões de euros, “suportadas pelo ‘franchising’ do Novo Banco e pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentar as receitas de comissões, visível em todas as suas categorias”.

Citado no comunicado enviado à CMVM, o presidente executivo (CEO) do Novo Banco, Mark Bourke, considera que estes resultados “continuam a demonstrar a força e a resiliência” do modelo de negócio da instituição.

Bourke destaca ainda como “marco importante” no primeiro semestre o acordo alcançado para venda, por 6.400 milhões de euros, do Novo Banco ao BPCE, o segundo maior banco de França e quarto maior banco europeu.

Até junho, os custos operacionais do Novo Banco subiram 7,6% para 261,2 milhões de euros, sendo a maior parcela a dos custos com pessoal, que aumentaram 12,5% em termos homólogos para 148 milhões.

O rácio ‘cost to income’ (relação entre o custo e o rendimento) comercial foi de 35,4% (32,1% no primeiro semestre de 2024), traduzindo o “contínuo foco na simplificação e otimização dos processos”.

No semestre, o grupo Novo Banco registou imparidades e provisões líquidas de 11,1 milhões de euros (-76,7 milhões face a junho de 2024).

O banco destaca a “melhoria no perfil de risco”, com as provisões para empréstimos a clientes a registarem um decréscimo de 58,5 milhões de euros face ao período homólogo e um custo do risco de -3 pontos base (38 pontos base no período homólogo), “refletindo uma abordagem conservadora de ‘underwriting’ e o contínuo reforço da qualidade dos ativos”.

Já os resultados das operações financeiras, que incluem ganhos e perdas com venda e reavaliação de títulos, resultados cambiais e coberturas, totalizaram três milhões de euros.

O crédito a clientes bruto atingiu 30.182 milhões de euros no final de junho, uma subida de 7,4% face ao mesmo mês do ano passado e de 4,0% em relação a dezembro, sendo 8% concedido a empresas, 35% crédito habitação e 7% crédito ao consumo e outros.

Os créditos não produtivos (NPL) baixaram 1,1% em junho deste ano face ao final de 2024, para 855 milhões de euros, mas o rácio líquido de NPL aumentou de 0,1% para 0,3%, com uma descida do nível de cobertura de NPL para 91,6% (96,6% em dezembro de 2024), apesar da descida do rácio de NPL para 3,2% (3,3% no final de 2024).

Em 30 de junho de 2025, a exposição do Novo Banco a ativos imobiliários decresceu 4,9% face a dezembro do ano anterior, para 277,3 milhões de euros (excluindo 23,7 milhões de ativos não correntes detidos para venda), representando cerca de 0,6% do total dos ativos do banco.

Por sua vez, os recursos totais dos bancos aumentaram 8,0% face a dezembro passado, para 45.929 milhões de euros, com os depósitos a atingirem 67,5% do financiamento da atividade do banco e a aumentarem 6,4% em termos homólogos e 4,1% face a dezembro, para 30.987 milhões de euros.

O Novo Banco refere que a sua quota de mercado global era de 9,3% em maio deste ano, mais 0,1 pontos percentuais do que no final de 2024, enquanto a quota no segmento de médias empresas atingiu os 18,2%, 0,2 pontos percentuais acima de dezembro.

No final de junho, o Novo Banco contava com 4.132 trabalhadores, menos 107 face a junho de 2024 e menos 63 do que no final de 2024.

Já o número de balcões do banco aumentou de 290 em junho de 2024 para 291 em junho de 2025.

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