Portugal está a consolidar a sua posição como um ator importante na inovação na Europa, segundo um estudo do Observatório de Patentes e Tecnologia da Organização Europeia de Patentes (OEP). O relatório revela que, entre 2001 e 2020, as organizações públicas de investigação (PROs) em Portugal contribuíram com 265 pedidos de patente, o que representa 10,3% de todos os pedidos de patente do país, posicionando Portugal na 16.ª posição entre os países europeus.O estudo também indica que as PROs em Portugal estão a assumir mais a titularidade das suas invenções. A percentagem de patentes associadas a essas organizações aumentou de 59,3% entre 2001 e 2010 para 86,9% entre 2011 e 2020. Os principais centros de investigação em Portugal incluem o INESC TEC e o Instituto de Telecomunicações.António Campinos, presidente da OEP, afirma que “a investigação pública é uma das maiores forças da Europa. Este estudo destaca o papel vital das nossas organizações públicas de investigação e dos hospitais, cujas invenções reforçam a competitividade da Europa.” Ele acrescentou que é necessário “intensificar a colaboração e acelerar a transferência da investigação para tecnologias aplicáveis no mundo real”.O relatório também destaca a adesão de Portugal ao novo sistema da Patente Unitária, que simplifica e reduz os custos de proteção de invenções na Europa. As entidades nacionais apresentam uma taxa de adesão ao sistema de 92,3%, muito acima da média europeia de 41%. As universidades portuguesas também se destacam, com 92,9% das patentes concedidas no primeiro semestre de 2025 a optarem pela Patente Unitária.Além disso, o estudo revela que mais de 2.800 startups europeias ligadas à investigação apresentaram pedidos de patente na OEP, representando 27% do total. Em Portugal, existem atualmente 16 startups de base científica originadas em universidades e PROs.Por fim, os hospitais de investigação europeus contribuíram com mais de 17.400 pedidos de patente. Embora ainda contribuam de forma indireta, os hospitais estão a aumentar a submissão de patentes próprias, refletindo uma evolução na titularidade de patentes e um papel crescente na inovação clínica..Pedidos de patentes em Portugal sobem acima da média europeia e atingem recorde