"Portugal é um 'early adopter' de tecnologia", garante líder da HPE em Portugal

A multinacional norte-americana desenvolve tecnologia dedicada a sistemas de redes e datacenters. O responsável para Portugal não tem dúvidas de que “faz todo o sentido” haver investimento no país.
"Portugal é um 'early adopter' de tecnologia", garante líder da HPE em Portugal
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A HPE desenvolve computação que é decisiva para que uma série de empresas, em grande parte ligado à Inteligência Artificial. Tem uma solução de cloud com a qual garante total segurança e olha Portugal com boas perspetivas.

Dennis Teixeira é managing director da Hewlett Packard Enterprise (HPE) em Portugal e, à conversa com o DN, deixaa garantia de que "Portugal é um país relevante" no âmbito tecnológico. Assim, "faz todo o sentido" a HPE investir em solo nacional, de forma a "disponibilizar às empresas portuguesas e ao setor público aquilo que de melhor se faz em tecnologia de ponta", salienta.

A gigante tecnológica permite à economia nacional "tirar partido da Inteligência Artificial", nomeadamente através de datacenters, que concentram grande parte dos avanços. Por isso, o próprio classifica Portugal como "um early adopter do ponto de vista tecnológico e de novos modelos de negócio" e posiciona a operação da HPE como "bem sucedida", até ao momento, em Portugal.

De resto, o responsável exibe "algum otimismo" com o facto de se estarem a construir alguns destes em solo português, de forma a desenvolver capacidade para instalar fábricas de IA.

Estas vão permitir "facilitar o desenvolvimento da IA e dos modelos de IA", algo em que a própria HPE também está a trabalhar. É que, em novembro, anunciou parcerias com a Nvidia e a AMD. A primeira está ligada à construção de uma 'AI Factory Lab' em Grenoble (França).

Esta vai permitir a testagem, por parte de clientes, de computação avançada, com a garantia de "soberania" dos dados introduzidos. Ora, já que olhamos para este tema, também aqui a tecnológica tem grande parte do seu foco. Nesse sentido, adquiriu a Juniper Networks, de forma a lançar a HPE Networking, com o objetivo de se afirmar como "player importante na área de redes e tirar partido daquilo que vai ser o desafio da IA" no futuro. Ou seja, vão ser necessárias "redes de alto débito e extremamente seguras". 

A HPE promete segurança "intrínseca" ao nível de networking e de redes. Isto porque a tecnologia desenvolvida pela HPE está munida de mecanismos de segurança, pelo que "conseguimos providenciar aos nossos clientes uma cloud privada totalmente segura", garante.

Ora, este é um tema crucial, na medida em que os dados trabalhados pela empresa não poderão ser acedidos por terceiros. Isto porque as clouds já podem ser "100% desconectadas", o que significa que empresas que contratam os serviços da HPE podem contar com as infraestruturas nas próprias instalações ou num lugar que selecionam. Em causa está uma evolução face aos primeiros modelos de cloud, com casos em que quem controlava a cloud estava noutra jurisdição. Algo que, em última análise, significava abdicar da soberania digital, explica.

A HPE posiciona-se, por isso, como favorável a um modelo cloud híbrida. Independentemente da empresa que faz uso da infraestrutura, é natural que alguns workloads (tarefas a desenvolver pelas máquinas) "corram na cloud pública". Ainda assim, "aqueles mais críticos e mais sensíveis vão ter de estar nas instalações do cliente, ou de um co-locator à sua escolha para que exista um total controlo e segurança", reitera.

Arrefecimento para poupar no gasto energético

A HPE desenvolve tecnologias que permitem a redução do consumo de energia em datacenters, através do arrefecimento mais eficiente dos servidores naqueles locais.

Ora, o sistema de arrefecimento para datacenters (denominado Direct Liquid Cooling) é uma inovação face a modelos anteriores, já que envolve a utilização de líquido, ao invés de ventilação. Algo que, de acordo com Dennis Teixeira, representa ganhos significativos em termos de eficiência. "Se nos queimarmos num dedo, a nossa tendência é colocar a água fria, não é soprar, porque é mais fácil arrefecer com água do que do que com ar", ironiza.

Assim sendo, a HPE promete uma redução de até 90% no consumo de energia em datacenters, já que uma grande parte deste diz respeito precisamente à refrigeração dos servidores que trabalham naquelas infraestruturas.

Com a IA em rápida aceleração, registam-se avultados investimentos em o globo, por parte das empresas. Muitas delas estão cotadas em bolsa, como é o caso da HPE, que procura ser líder nos segmentos de negócio em que atua.

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