O Grupo Prada confirmou a aquisição da casa de moda Versace por 1,3 mil milhões de euros, numa operação que une duas referências do luxo italiano sob a mesma direção. O negócio foi concluído esta terça‑feira, 2 de dezembro, após a obtenção das necessárias autorizações regulamentares, informou o grupo numa declaração sucinta.Lorenzo Bertelli, herdeiro da família Prada e atual diretor de marketing e responsável pela sustentabilidade do grupo, assume a presidência executiva da Versace. Bertelli garante não prever alterações operacionais imediatas, mas destacou o potencial de crescimento da marca, que tem estado aquém das expetativas nos últimos anos. A Prada considera que a Versace, com 47 anos de história, ainda detém “significativo potencial não explorado”.A Comissão Europeia já tinha autorizado a operação, a 30 de setembro deste ano. O executivo comunitário concluiu, na altura, que a transação não levantava problemas de concorrência, tendo em conta as posições de mercado limitadas das empresas envolvidas. Desta forma, deu luz verde à integração da Versace no grupo Prada sem imposição de medidas corretivas.A aquisição surge depois de um período de desempenho discreto da Versace enquanto subsidiária do grupo norte‑americano Capri Holdings, que em 2018 tinha pago 1,8 mil milhões de euros pela marca. Em 2024, a Versace representou cerca de 20% das receitas do Capri (5,2 mil milhões de euros). Segundo a apresentação da Prada relativa ao negócio, a Versace passará a significar aproximadamente 13% das receitas pro‑forma do conglomerado, contra 64% da Prada e 22% da Miu Miu.O acordo complementa uma colaboração iniciada em 2024 e coincide com uma fase criativa de relançamento da Versace, agora sob a direção do designer Dario Vitale, cuja primeira coleção foi mostrada em Milão em setembro. Executivos da Prada indicaram que a mudança de equipa criativa não esteve ligada à aquisição.Parte central da estratégia da Prada é a integração da produção: a empresa já prepara a inclusão da Versace nas suas unidades de fabrico em Itália, argumentando que o mesmo expertise artesanal permite produzir para diferentes marcas com padrões de qualidade semelhantes. Este ano, o grupo investiu 60 milhões de euros na cadeia de abastecimento e, entre 2019 e 2024, investiu cerca de 200 milhões. A Prada também opera uma academia de formação que, nas últimas décadas, formou centenas de artesãos — 70% dos 120 formandos do ano passado foram posteriormente contratados pelo grupo..Comissão Europeia aprova aquisição de Versace por Prada