Secil vendida pela Semapa à espanhola Clementos Molins por 1,4 mil milhões
Secil vendida pela Semapa à espanhola Clementos Molins por 1,4 mil milhões

Semapa vende Secil à espanhola Molins por 1,4 mil milhões

Negócio confirmado em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Operação deve ficar concluída no primeiro trimestre do próximo ano.
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A Semapa assinou um acordo vinculativo para vender a totalidade da Secil à cimenteira espanhola Molins, anteriormente designada Clementos Molins.

O negócio fixa um enterprise value de 1,4 mil milhões de euros e deve ser concluído no primeiro trimestre de 2026, sujeito às condições habituais, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) por aquela que é considerada uma das maiores holdings industriais de Portugal.

A Semapa refere que a alienação da Secil enquadra‑se na sua política de gestão ativa do portefólio, destinada a promover a diversificação industrial e a gerar valor sustentável a longo prazo.

Segundo a empresa da família Queiroz Pereira, os recursos obtidos com a transacção permitirão à holding acelerar a sua estratégia, direcionando capitais para novas áreas de crescimento e reforçando a sua posição como plataforma de investimento industrial diversificada.

Ricardo Pires, CEO da Semapa, sublinha que "a Secil faz parte da génese da Semapa e terá sempre um lugar especial na nossa história".

O responsável salienta ainda a equipa que trabalha na Secil "pelo percurso notável de transformação, crescimento e criação de valor nos últimos anos".

Ricardo Pires descreve a operação como "um movimento estratégico para o Grupo", que permite fortalecer a capacidade de investimento, "dentro da estratégia delineada de diversificação do portefólio".

Marcos Cela, CEO da Molins, considera o acordo um passo relevante na estratégia do grupo e afirma que "a Secil traz uma presença internacional sólida e uma cultura forte, enraizada na sua herança industrial familiar, com valores que partilhamos convictamente".

O líder da Molins espera que a combinação dos ativos permita um crescimento com maior resiliência e um reforço do compromisso do grupo com a sustentabilidade.

"A oferta conjunta permitirá expandir soluções circulares e de baixo carbono, de elevado valor, para os clientes, criando novas oportunidades para as nossas pessoas", acrescenta o administrador.

A Molins acelera a sua expansão em Portugal seis meses depois de ter entrado no mercado nacional com a aquisição da Concremat, empresa de Pinhal Novo com dois centros de produção, cerca de 110 colaboradores e um volume de negócios de 52 milhões de euros.

A compra da Concremat, na altura, permitiu à Molins assentar operações locais e integrar capacidades industriais e comerciais já consolidadas, segundo a administração do grupo. A transação mais recente — a aquisição da Secil pela Semapa — surge assim no contexto dessa estratégia de reforço da presença no sul da Europa.

Para além disso, a gigante espanhola de materiais de construção já havia anunciado a abertura uma nova fábrica em Oklahoma (EUA) e a inauguração em Espanha de uma unidade industrial dedicada a casas industrializadas. Em conjunto, estas operações traduziram-se num investimento total de cerca de 100 milhões de euros.

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