SPAC exige transparência na privatização da Azores Airlines após diálogo com Newtour/MS Aviation

Sindicato sublinha a persistência de um problema estrutural, mais concretamente o acesso a dados operacionais da empresa, que estão classificados como “confidenciais”.
SPAC exige transparência na privatização da Azores Airlines após diálogo com Newtour/MS Aviation
Reinaldo Rodrigues
Publicado a

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) anunciou esta quarta-feira, 29, através de comunicado, que, após uma reunião com o consórcio Newtour/MS Aviation, candidato à privatização da Azores Airlines, houve uma abertura no diálogo que merece ser destacada.

No entanto, a entidade sublinha a persistência de um problema estrutural: o acesso a dados operacionais da empresa, que estão classificados como “confidenciais”.

Durante o encontro, o SPAC manifestou a sua disposição para colaborar com o Newtour/MS Aviation e com a SATA Holding para encontrar soluções para a Azores Airlines, sempre com respeito pelos direitos dos trabalhadores e pela Região Autónoma dos Açores.

O vice-presidente do SPAC, Frederico Saraiva de Almeida, citado no documento, afirma que "foi um primeiro passo sólido: houve abertura, disponibilidade e respeito mútuo. É exatamente este o ambiente que queremos para encontrar soluções".

Apesar desse ambiente positivo, o SPAC assinala que continua a enfrentar um bloqueio por parte da SATA Holding no que diz respeito a informações essenciais.

Dados como o número de pilotos acionados em dias de férias ou folga, os custos associados a essas ativações e os gastos com pilotos em formação não estão disponíveis. O sindicato contesta a classificação de “confidencialidade” que impede uma negociação informada.

"Negociar sem números é negociar às cegas. Os Representantes dos trabalhadores também estão vinculados ao sigilo — não pedimos segredos industriais; pedimos contabilidade de gestão", reforça Frederico Saraiva de Almeida, acrescentando ainda que "a opacidade prolongada apenas fragiliza a Empresa e o processo. A forma séria de avançar é simples: desclassificar e disponibilizar os dados essenciais".

O SPAC alertou que a falta de transparência pode comprometer o processo de privatização da Azores Airlines, cujo prazo, definido pela Comissão Europeia, se estende até ao final de 2025.

O sindicato alerta que a não conclusão do processo pode levar ao encerramento da companhia. Expressou, por isso, preocupações sobre o impacto da opacidade, afirmando que pode ser utilizada para justificar a não privatização da empresa.

"Não é nosso papel alimentar teorias, mas é inegável que a opacidade serve quem teme o escrutínio. O que defendemos é transparência e responsabilidade partilhada, para que se possa discutir o futuro da Azores Airlines de forma séria e informada", diz o vice-presidente do SPAC.

No comunicado, o sindicato reitera a sua disponibilidade para colaborar com todas as partes interessadas na construção de um processo de privatização que seja transparente, sustentável e justo, respeitando os direitos e deveres de todos os envolvidos.

SPAC exige transparência na privatização da Azores Airlines após diálogo com Newtour/MS Aviation
Consórcio aguarda decisão dos trabalhadores sobre futuro da Azores Airlines

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt