-O que está em causa? Recentemente, o Banco de Portugal (BdP) reviu a recomendação de 2018 sobre a maturidade dos novos contratos para comprar casa e fixou novos tetos consoante a idade dos mutuários. A partir de 1 de abril, passa a haver limites do prazo máximo possível do empréstimo - 40 anos - para quem tenha até 30 anos. A partir daqui os prazos vão diminuindo. Quem tem entre 30 e 35 anos, no máximo, pode ter um crédito a 37 anos, e para os consumidores acima de 35 anos, a fasquia desce para os 35 anos. -Que outras restrições existem agora? O Banco de Portugal implementou, em julho de 2018, uma medida macroprudencial sob forma de recomendação dirigida à atividade de concessão de novos créditos a consumidores destinados à habitação, com garantia hipotecária ou equivalente, e ao consumo. Entre as principais indicações estão o limite de 90% no rácio entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel dado em garantia - calculado com base no mínimo entre o seu preço de aquisição e o seu valor da avaliação - e um máximo de 50% no rácio entre o montante total das prestações mensais associadas a todos os empréstimos detidos pelo mutuário e o seu rendimento mensal líquido. -Qual é o objetivo? O objetivo é que "as instituições não assumam riscos excessivos na concessão de crédito, de forma a reforçar a resiliência do setor financeiro a potenciais choques adversos, e promover o acesso a financiamento sustentável por parte dos consumidores, minimizando o risco de incumprimento", segundo o comunicado do supervisor liderado por Mário Centeno emitido a anunciar o limite nas maturidades. -Quanto pode aumentar a prestação? Prazos mais curtos traduzem-se em eventuais prestações mensais mais altas. E segundo os cálculos do Doutor Finanças, para um financiamento de 200 mil euros - com uma taxa de juro (spread + Euribor) de 1,5% - a prestação mensal ficará 58 euros mais elevada se o contrato de crédito for feito a 35 anos em vez de 40 anos (prazo máximo permitido atualmente). Se o contrato for feito a 37 anos (pessoas com mais de 30 anos e até 35), a diferença é de 32,88 euros.