Estado já assegurou 60% das necessidades de financiamento para este ano

Valor foi revelado esta terça-feira pelo ministro das Finanças durante uma audição na Assembleia da República.
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O Estado já conseguiu assegurar quase dois terços das necessidades de financiamento para este ano, revelou esta terça-feira o ministro das Finanças, João Leão, durante uma audição no parlamento.

"Portugal, neste momento, já financiou 60% das necessidades anuais e com taxas de juro historicamente baixa", adiantou o titular das Finanças na comissão de Orçamento e Finanças, sublinhando que o conseguiu fazer com taxas negativas na dívida de longo prazo. "É a primeira vez na nossa história que emitimos dívida a 10 anos com juros negativos", frisou.

Para este ano, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) indicou que "o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado deverá situar-se em cerca de 14 mil milhões de euros". De acordo com o plano anunciado pelo instituto liderado por Cristina Casalinho, "a estratégia de financiamento para 2021 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário".

Para o ministro das Finanças, "este resultado mostra bem a importância de prosseguir um caminho de contas certas" que começou em 2015 apontou João Leão, apontando que esse será o caminho no futuro, para que "reforcem a credibilidade externa do país e assegurem um crescimento robusto e sustentável da economia portuguesa", conclui.

O IGCP anunciou esta terça-feira que vai ao mercado para trocar dívida por prazos até 12 anos. A operação vai ocorrer já nesta quarta-feira e serão comprados títulos que atingiam a maturidade tanto em 2022 como em 2024. Em contrapartida, a agência emite novas obrigações do Tesouro (OT) com prazo em 2028 e 2034.

"O IGCP vai realizar no próximo dia 28 de abril de 2021 pelas 10:00 horas uma oferta de troca recomprando a(s) seguinte(s) Obrigação(ões) do Tesouro", anunciou em comunicado. A linha OT 2,2% 17out2022 tem 9663 milhões de euros vivos, enquanto na OT 5,65% 15fev2024 há 12 711 milhões disponíveis.

Esta estratégia tem sido utilizada nos últimos anos para alisar os pagamentos aos credores, aproveitando as baixas taxas de juro atuais e eliminando dívida mais antiga com taxas muito elevadas, diminuindo o custo.

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