Eupago quer replicar soluções de pagamento na Europa

Fintech do Porto já pediu licença para operar ao Banco de Espanha e definiu que a aposta seguinte é França. Entretanto, lançou novos serviços.
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A Eupago, tecnológica especializada em soluções de pagamento digital, quer internacionalizar o negócio na Europa. A empresa já ganhou alguma experiência em mercados como Espanha e Polónia, mas o objetivo é abrir sucursais nos países de aposta. Neste momento, os esforços estão concentrados no país vizinho, mas França já está na mira. Como sublinha Telmo Santos, sócio fundador da fintech do Porto, o objetivo para 2023 "é levar o nosso modelo para fora, reduzindo a dependência do mercado nacional". A entrada em novas geografias é um processo longo, burocrático e que exige muita paciência. Consciente das dificuldades do caminho, a empresa continua a inovar e a lançar novos serviços.

Segundo Telmo Santos, já foi entregue um pedido de licença de gestão de pagamentos ao Banco de Espanha. A fintech portuense está convicta que para conseguir trabalhar no país vizinho "é preciso ter uma empresa espanhola". O objetivo é replicar o negócio que desenvolvem em Portugal, ou seja, dar às pequenas empresas ferramentas de pagamento digital semelhantes às que as grandes empresas dispõem e, dessa forma, impulsionar os seus negócios online.

Neste momento, a Eupago já trabalha com clientes espanhóis, mas o serviço é feito de Portugal. Como exemplifica, "uma retalhista espanhola abriu uma conta de pagamentos na Eupago com o foco de vender para clientes portugueses". Na Polónia, foi um pouco o contrário. Uma empresa nacional pediu à Eupago uma solução para a realização de pagamentos no mercado polaco. A tecnológica portuense fez uma integração com uma congénere local e, assim, agilizou a atividade do comércio eletrónico dessa firma.

Telmo Santos tem consciência que o processo de internacionalização é demorado. Como lembra, "começámos a trabalhar Espanha em 2017". Entretanto, "pedimos a licença". Já houve contactos, do Banco de Espanha, nomeadamente com pedidos de informações. O regulador espanhol quis saber porque pretende a Eupago abrir atividade nesse mercado, quando pode trabalhar a partir do país de origem. Mas não é isso que a tecnológica portuguesa quer e, por isso, aguarda pacientemente a autorização.

Os fundadores já conhecem o processo. A Eupago é uma instituição supervisionada e regulada pelo Banco de Portugal, mas foi preciso aguardar mais de dois anos até se acender a luz verde para iniciar o negócio. Como conta o responsável, o projeto para a constituição da fintech começou a ser trabalhado em março de 2013, um ano depois foi criada a empresa, mas só em abril de 2015 é que foi emitida a validação da atividade.

Novos serviços

Este é todo um mundo novo. A internet abriu inúmeras possibilidades de negócio na área do comércio online e, em consequência, nas atividades financeiras. A Eupago dispõe de várias soluções de pagamento para retalhistas e/ou empresas prestadoras de serviços, e recentemente entrou no negócio do buy now pay later (em português, compre agora, pague depois). A primeira parceria foi firmada com a Cofidis, permitindo aos comerciantes disponibilizar nas compras online soluções de pagamento fracionado. Entretanto, também ganhou a confiança do Santander Consumer Finance enquanto solução de financiamento.

No ano passado, a Eupago registou uma faturação da ordem dos seis milhões de euros, um crescimento de 24% face aos 4,84 milhões contabilizados em 2021, com cinco mil contas ativas, 95% portuguesas. A fintech foi responsável por um volume de pagamentos digitais da ordem dos 635 milhões de euros no último exercício, mais 40% do que o intermediado no ano anterior. A empresa, que emprega 35 colaboradores e é detida a 90% por José Veiga e a 10% por Telmo Santos.

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