Getty Images / Red Bull Content Pool
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F1: Saída de Christian Horner da Red Bull pode custar 50 milhões de libras à equipa

Este fim-de-semana marca o início de uma nova era na Oracle Red Bull Racing, que corre no Grande Prémio da Bélgica sem Christian Horner aos comandos, pela primeira vez desde 2005. O antigo chefe de equipa e CEO garantiu à equipa 8 campeões do mundo, 6 campeonatos de construtores e 124 vitórias em Grandes Prémios. Um legado difícil de igualar.
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A história da Red Bull, atual campeã em título com o piloto Max Verstappen a enfrentar dificuldades nesta temporada, cruza-se inevitavelmente com a de Christian Horner que, durante os últimos 20 anos, liderou a equipa num raro percurso de sucesso na Fórmula 1. A demissão inesperada de Horner, no início deste mês, fez correr muita tinta, mas deve fazer correr ainda mais dinheiro: estima-se que o acordo entre a Red Bull e Christian Horner possa chegar aos 50 milhões de libras (cerca de 57,2 milhões de euros, à taxa de câmbio atual), segundo as contas feitas pelo The Telegraph. A publicação consultou os registos públicos mais recentes da empresa para chegar a este valor: tendo em conta o salário anual de Horner (que rondou os 8,9 milhões de libras em 2023) e o facto de o team principal ter contrato com a Red Bull até 2030, os números são significativos. A mesma publicação escreve que tudo indica que o salário de Christian Horner não entra nas contas para o atual limite de custos imposto pela FIA às equipas: 104 milhões de libras anuais.

Recorde-se que o papel da Horner na Red Bull ia muito para além da gestão operacional da equipa, com várias fontes da indústria a garantir que o CEO e chefe de equipa foi fundamental para a criação de uma cultura de trabalho orientada para o sucesso ao longo destes anos. Horner é conhecido pela liderança dura e assertiva, e por não ter receio de tomar decisões. Sob o seu comando, a Red Bull viu Sebastien Vettel sagrar-se tetracaempeão do mundo, seguido de Max Verstappen (campeão entre 2021 a 2024) e ainda garantiu vários anos de liderança incontestada no campeonado de construtores.

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Red Bull troca de CEO: Christian Horner sai, entra Laurent Mekies

A Red Bull tem, no entanto, enfrentado significativas dificuldades ao longo da última temporada: a saída de Adrian Newey, considerado o engenheiro-mago da Fórmula 1, foi precedidade e sucedida de várias saídas de profissionais relevantes da equipa sediada em Milton Keynes, Inglaterra. Também os conflitos crescentes entre Christian Horner e Jos Verstappen, o pai bastante interventivo do piloto-estrela Max, foram minando o lugar de Christian Horner, numa altura em que Verstappen está em terceiro no campeonato, atrás dos pilotos da McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri. Já a equipa, está apenas em quarto lugar no campeonato de construtores.

Ainda não é claro o impacto que a saída de Horner terá no desempenho de Max Verstappen – que, entretanto, estará também a ser aliciado pela Mercedes, que depois da saída de Hamilton, continua à procura de pilotos mais eficazes do que Russel e Antonelli. O piloto referiu apenas, recentemente, que na semana passada tinha voltado à fábrica da Red Bull para reforçar os treinos no simulador, e que estava “ansioso por trabalhar de forma próxima” com Laurent Mekies, o novo team principal da equipa. Mekies acolhe considerações mistas de fontes do setor – não deixou grandes marcas nos cargos anteriores que ocupou – e terá uma difícil tarefa em substituir Horner.

Christian Horner liderou a Red Bull durante 20 anos
Christian Horner liderou a Red Bull durante 20 anosRed Bull Racing

O carismático britânico foi, também, sempre apontado como sendo a principal razão para que a Red Bull funcionasse de forma tão eficiente e orquestrada. Conseguirá Mekies colocar Verstappen nos pódios novamente? A primeira grande prova de Mekies começa já hoje, com os treinos para o Grande Prémio da Bélgica a terem lugar esta sexta-feira, 25 de julho. Amanhã, 26 de julho, é dia de sprint race. Os pilotos já estão em Spa-Francochamp, e os olhos estão postos na 'nova' Red Bull, que ninguém sabe exatamente como vai comportar-se, sem a presença do líder das últimas duas décadas.

E agora, Horner?

Desde que a saída da Red Bull foi anunciada, Horner tem sido associado a um rápido regresso ao paddock da F1. Aquele que foi o mais jovem chefe de equipa da Fórmula 1 – assumiu o cargo aos 31 anos – está, segundo consta, na mira de muitas outras equipas. A Ferrari é uma delas. A equipa de Maranello já em 2022 tinha estado de olho em Horner, para substituir Mattia Binotto. E com o término do contrato do atual chefe de equipa, Fred Vasseur, no final deste ano, o nome de Horner pode estar em cima da mesa .

A imprensa da especialidade também dá conta de que a Alpine poderá tentar uma abordagem, numa altura em que precisa rapidamente de encontrar uma liderança estável que faça com que a equipa garanta resultados positivos – o que não tem acontecido nos últimos anos.

É sabido que Horner tem uma boa relação com Flavio Briatore, que atualmente supervisiona a operação da Alpine como conselheiro do CEO cessante da Renault, Luca de Meo. Outra possibilidade é a Aston Martin, onde tem havido também mudanças na liderança. A equipa de Silverstone investiu significativamente em pessoal e instalações nos últimos anos, e não esconde desejo de lutar pelo Campeonato do Mundo num futuro próximo. E seria um regresso à dupla Horner/Newey.

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