Faltam escritórios em Lisboa e no Porto

Empresas procuram escritórios para mudar de localização, mas a oferta é muito diminuta, escreve a CBRE.
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O significativo aumento da procura de escritórios em Lisboa durante o primeiro semestre do ano, com um crescimento de 57% face a igual período do ano passado, fez descer os espaços disponíveis para arrendamento. A CBRE diz que a taxa de disponibilidade está nos 10,4%.

“A disponibilidade de espaços de qualidade e com grandes áreas é cada vez menor na capital. Apenas a zona do Corredor Oeste de Lisboa possui áreas de maior dimensão, mas devido à fraca rede de transportes públicos, esta zona não tem sido considerada pelas grandes empresas de outsourcing, que lideram atualmente a procura de escritórios”, escreve a consultora no estudo Perspetiva Imobiliária, agora divulgado.

Segundo a mesma fonte, cerca de 52% dos negócios realizados traduzem o desejo das empresas em mudar de instalações – e neste segmento, destaque para a mudança do grupo Global Media (dona do Dinheiro Vivo) para as Torres de Lisboa –, mas apesar de representar mais de metade do mercado, esta é uma tendência em declínio, “tendo sido registado um aumento significativo dos negócios de expansão de espaço”.

Apesar do aumento da procura, o valor das rendas prime manteve-se estável, um fenómeno que a CBRE explica pelo facto de “não existir no mercado espaços de qualidade disponíveis, que permitam impulsionar um aumento”. A exceção vai para o chamado Corredor Oeste, com um aumento da renda prime de 14%, e o Parque das Nações, com um aumento de 3%.

As estimativas para o resto do ano da CBRE são menos otimistas: o nível de absorção não se deve manter no segundo semestre do ano, principalmente porque não é de esperar um aumento da taxa de disponibilidade. “À exceção da expansão da sede do Santander na Praça de Espanha, não existe mais nenhum edifício com previsão de conclusão para este ano, pelo que se manterá a escassez de espaços disponíveis”, escreve a CBRE.

O cenário só deverá melhor em 2017, já que existem “vários edifícios em construção ou com planos de remodelação para 2017,do total de 74.000 m2 de novos espaços que estão previstos entrar no mercado” no próximo ano. A questão é que 65% destes espaços “já estão pré-arrendados”.

A CBRE fornece menos dados quantitativos sobre o mercado de escritórios no Porto, mas garante que a “procura mantém-se muito ativa, nomeadamente por parte de empresas de outsourcing, de indústrias criativas e tecnológicas”. Ao mesmo tempo, não existem espaços de arrendamento o que poderá incentivar a “a reabilitação e reconversão de alguns edifícios para escritórios”. “Neste sentido, a CBRE prevê uma pressão de subida do valor da renda prime no curto prazo”, escreve a consultora.

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