Responsável por impulsionar o ecossistema do empreendedorismo nacional, a Starup Portugal está focada no reforço da internacionalização das startups portuguesas marcando presença em dois eventos de referência, o Business Abroad: Techarena, na Suécia, e a Web Summit Qatar. Juntas, as 22 startups presentes no conjunto dos dois eventos já criaram mais de 250 postos de trabalho.
António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, explica ao Dinheiro Vivo que o Qatar tem feito um forte investimento no desenvolvimento de um ecossistema de inovação robusto, procurando diversificar a sua economia e aumentar o investimento estrangeiro, sobretudo em áreas como fintech, energias renováveis, healthtech e smart cities. O que abre novas oportunidades para as startups portuguesas. Por outro lado, “a Web Summit Qatar é uma plataforma privilegiada para startups explorarem este mercado, conectando-se a investidores, parceiros locais e programas de incentivo, como, por exemplo, o Startup Qatar Investment Program, que já atribuiu 18 milhões de dólares a startups internacionais”, acrescenta o executivo da Startup Portugal.
A Web Summit Qatar decorre de 23 a 26 de fevereiro em Doha, onde Portugal se fará representar por 16 startups, de setores como tecnologia sustentável, saúde digital, cibersegurança, marketing de influência e inteligência artificial, e investidores portugueses que irão explorar novas oportunidades na região, numa delegação organizada em estreita articulação com a Unicorn Factory Lisboa, AICEP e Câmara de comércio e Indústria Árabe-Portuguesa
No âmbito desta iniciativa, será assinado a 24 de fevereiro um Memorando de Entendimento entre a Startup Portugal e a Invest Qatar, para facilitar a entrada e expansão de startups portuguesas nesta geografia, garantindo suporte personalizado na instalação e crescimento no mercado. “A parceria prevê referências mútuas de startups interessadas em operar nos dois países, bem como apoio no entendimento do ambiente regulatório e logístico”, adianta António Dias Martins. “Além disso, reforça as relações económicas bilaterais, criando oportunidades para inovação e captação de investimento.”
As energias renováveis, fintech e soluções para smart cities são, na opinião do diretor executivo da Startup Portugal, os setores mais promissores para startups portuguesas no Médio Oriente. Porém, “o principal desafio para as startups nacionais será a adaptação ao quadro regulatório local e à cultura empresarial, exigindo um bom entendimento do mercado e parcerias estratégicas para uma entrada bem-sucedida”, conclui.
No Techarena 2025, que decorre de 20 a 21 de fevereiro em Estocolmo, Suécia, pela primeira vez estará presente uma delegação da Startup Portugal, constituída por seis startups inseridas nas áreas de inteligência artificial, fintech, gestão de talento e transformação digital.
Entrando agora na Europa, no caso da Suécia como porta para aceder ao mercado nórdico, a Startup Portugal garante estar empenhada em fortalecer parcerias com investidores, aceleradoras e stakeholders do ecossistema sueco e de outros países escandinavos. Para António Dias Martins, desta forma será possível criar “pontes que facilitem o acesso das startups portuguesas a capital, talento e conhecimento local”. Estratégia esta que também pretende potenciar oportunidades de crescimento, fomentar a inovação e reforçar a presença de Portugal num dos mercados mais dinâmicos e competitivos da Europa.
O diretor executivo da Startup Portugal considera que, tal como Portugal, a Suécia tem uma longa tradição industrial constituindo, para este tecido empresarial, a ligação com as startups, uma das vias privilegiadas de inovação disruptiva. “Prova disso é ocupar atualmente o 6.º lugar no ranking Global Startup Ecosystem da Startup Blink”, reforça o gestor. “A Startup Portugal escolheu este mercado estratégico para marcar presença no Techarena, um evento de referência que reúne empreendedores, investidores e decisores políticos. A participação da Startup Portugal reforça o posicionamento de Portugal como um país inovador e permite às startups nacionais explorar oportunidades num ecossistema dinâmico e competitivo. “
A Suécia, com um ecossistema de inovação altamente desenvolvido e uma economia avançada, representa um mercado estratégico para as startups portuguesas, especialmente nas áreas de inteligência artificial, fintech, gestão de talento, transformação digital e tecnologias sustentáveis, aponta António Dias Martins. “No entanto, a entrada neste mercado exige superar desafios como a forte concorrência, um quadro regulatório exigente, diferenças culturais e barreiras linguísticas.” Significa que as startups portuguesas terão de fazer muito bem o trabalho de casa antes de apontarem baterias para esta região. “Para aumentar as probabilidades de sucesso, é essencial uma pesquisa de mercado aprofundada, o estabelecimento de parcerias estratégicas e a participação em eventos de referência”, explica a mesma fonte. “Neste contexto, o apoio da Startup Portugal pode ser determinante, proporcionando acesso a redes de contacto, oportunidades de investimento e um melhor entendimento do ecossistema sueco”, conclui.
A Startup Portugal explica, em comunicado, que as startups presentes em ambos os eventos, somando um total de mais de oito milhões de euros em investimentos de venture capital e business angels, já criaram mais de 250 postos de trabalho.