A diferença começará com uma capacidade adicional de 10 MW nos projetos de sobreequipamento de quatro parques eólicos, mas a Finerge tem objetivos mais ambiciosos para o acordo que acaba de fechar com a gigante dinamarquesa Vestas. Os aerogeradores adquiridos vão permitir equipar os primeiros quatro parques de um conjunto de projetos de sobreequipamento eólico de mais de 70 MW, já licenciados, que a Finerge começará a construir ao longo do ano de 2021.
Este acordo marca, assim, o regresso à construção de parques pela Finerge, que nos últimos dez anos tem optado pelo crescimento através de aquisições. "Na sequência do plano estratégico aprovado em 2019, a Finerge entra no greenfield (projetos novos, construídos de raiz), construindo parques próprios, algo que não fazia há vários anos", comunicou a empresa, que fechou ainda três linhas de financiamento para investimentos em ativos: uma de 200 milhões de euros, em abril; outra de 150 milhões de euros, em novembro, para a aquisição de parques solares; e a última, de 348 milhões de euros, vinculada a ativos eólicos em Espanha.
"É o regresso da Finerge à construção de parques próprios, algo que a empresa não fazia desde 2011. Estamos satisfeitos por poder contar com tecnologia de máxima reputação, como é a da Vestas, nesta primeira iniciativa", admite Pedro Norton, que lidera a companhia. "Entramos no greenfield, colocando em prática um plano estratégico ambicioso, para o qual se criou uma equipa de desenvolvimento de negócio, com o objetivo de reforçar o desenvolvimento de novos projetos e o crescimento orgânico da Finerge", junta o CEO da Finerge, assegurando que a estratégia vai também continuar a passar por "crescer, quer por esta via quer pela da aquisição de ativos".
Durante o último ano, marcado pela pandemia, que levou a empresa a doar mais de 8 mil equipamentos para o combate à covid em Portugal, a Finerge continuou a implementar o seu plano estratégico de aposta nas renováveis em Portugal e Espanha, onde, através dos seus 659 aerogeradores instalados nas 53 centrais eólicas que explora e nas 16 centrais solares fotovoltaicas, tem neste momento uma capacidade instalada de 1339 MW, produzindo cerca de 3200 GWh por ano e evitando a emissão de 1801 kton de CO2.
A Finerge, que emprega, direta e indiretamente cerca de 200 colaboradores, entrou no negócio da energia solar em Portugal no ano passado, adquirindo dez parques (quatro em março e mais seis em setembro). Comprou ainda sete parques eólicos em Espanha, em agosto, passando a ser a sexta maior produtora de energia eólica da Península Ibérica.