Fórum para a Competitividade estima desaceleração do PIB no segundo trimestre

As previsões de crescimento para 2023 "são unânimes", com o FMI a estimar uma desaceleração, de 5,8% em 2022 para 1,9% em 2023, diz Fórum para a Competitividade em documento.
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O crescimento em cadeia do PIB terá desacelerado no segundo ​​​​​​​trimestre de 2,6% para entre 0,5% a 2%, a que corresponde uma queda homóloga de 11,9% para entre 7,7% a 9,3%, estimou esta terça-feira o Fórum para a Competitividade.

"O Fórum para a Competitividade estima que o crescimento em cadeia do PIB terá desacelerado de 2,6% para entre 0,5% e 2%, a que corresponde uma desaceleração homóloga, de 11,9% para entre 7,7% e 9,3%", pode ler-se na nota de conjuntura de junho.

Segundo a análise, o abrandamento da atividade económica no segundo ​​​​​​​trimestre está, no entanto, "longe da queda que se chegou a temer", tendo a economia sofrido "um impacto limitado da guerra [na Ucrânia] e da inflação".

O grupo de economistas acrescenta que "o mais provável é que a economia continue a desacelerar nos próximos trimestres, até porque o potencial de crescimento da economia portuguesa é muito inferior aos atuais valores de aumento do PIB".

No documento, o fórum refere ainda que as previsões de crescimento para 2023 "são unânimes", com o FMI a estimar uma desaceleração, de 5,8% em 2022 para 1,9% em 2023.

Já a meta do défice de 1,9% do PIB prevista pelo Governo para o conjunto do ano "deverá ser atingida sem grande esforço".

"É provável que o PIB nominal cresça mais do que o previsto pelo Governo, sobretudo devido à inflação acima do que previu (3,7%), mas também devido ao valor muito superior ao esperado do PIB do primeiro trimestre", referem os economistas.

Sobre a inflação, o Fórum para a Competitividade diz que se os preços já não subissem mais até ao final do ano, a inflação média este ano seria de 7,2%, uma hipótese que será pouco provável.

"Para se atingir o valor de 3,7% previsto no Orçamento para 2022, a inflação mensal teria que ser, em média, negativa em 1,9% todos os meses, entre julho e dezembro, o que é praticamente impossível", realçam os economistas.

O fórum sublinha que a promessa da União Europeia de reduzir em 90% as importações de petróleo russo até ao final do ano "poderá levar a nova subida dos preços da energia e da inflação, que, por seu turno, tem elevada probabilidade de se transformar em risco de subida de taxas de juro e de maior arrefecimento da economia".

A inflação em junho acelerou de 8% para 8,7%, o valor mais elevado desde dezembro de 1992, tendo a inflação média subido de 3,4% para 4,1%, refere-se na nota.

Quanto ao mercado de trabalho, o fórum considera que "é possível que os próximos meses tragam boas notícias, dada a elevada procura de mão-de-obra no turismo", mas alerta para que também tem de se ter em conta "o enquadramento internacional em deterioração, que não permite grandes otimismos".

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