França afirma não se ter sentido apoiada pela UE no conflito da pesca com Reino Unido

O secretário de Estado para os Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, lamentou hoje não ter tido apoio suficiente da União Europeia no conflito sobre pesca com o Reino Unido.
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Questionado sobre se a considerava que a Comissão Europeia abandonou a França perante a não obtenção de licença de pesca em águas britânicas, o secretário de Estado referiu que não houve abandono, sublinhando, porém, que tem havido "demasiada lentidão, burocracia e falta de apoio a França e aos seus pescadores".

"Seria injusto dizer que a Comissão Europeia nos abandonou. Há muito trabalho, muitas reuniões, as licenças que obtivemos resultaram de um trabalho conjunto da União Europeia (...) mas concordo -- assumo-o embora seja um pró-europeu -- que tem havido demasiada lentidão, demasiada burocracia e não houve apoio suficiente a França e aos pescadores franceses", referiu Clément Beaune.

Contudo a situação "mudou nos últimos dias", após o ultimato de França, adiantou o secretário de Estado que esteve hoje reunido com o seu homólogo britânico David Frost, num encontro que descreveu como "útil e positivo".

Segundo Beaune as pressões e ameaças de reforço dos controlos sanitários e alfandegários e a intenção, manifestada por França, de bloquear nos seus portos o desembarque de peixe transportado por navios britânicos surtiu efeito, ao permitir abrir o diálogo com Londres e obter 49 licenças de pesca adicionais em Jersey.

Paris exige que as autoridades do Reino Unido e das ilhas do Canal da Mancha dependentes da Coroa britânica obtenham mais licenças para pescar nas suas águas e, na semana passada, ameaçou aplicar medidas retaliatórias a partir do início deste mês, uma decisão que foi esta semana adiada, com a promessa de mais reuniões negociais.

As divergências estão na interpretação do compromisso no âmbito do 'Brexit' que estabeleceu o direito de as embarcações de pesca de países europeus continuarem a pescar nas águas jurisdicionais britânicas, mas sob condição de obterem licenças, para as quais devem provar que já operaram nessas águas entre 2012 e 2016.

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