
A França vai envidar esforços para obter validação dos países da União Europeia sobre as tarifas de importação aos carros elétricos chineses, pretendendo ainda medidas semelhantes para os países solares e turbinas eólicas importadas daquele pais asiático.
Esta posição foi assumida pelo ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Maire, numa entrevista, hoje, à emissora Sud Radio.
"Cada Estado-membro tem de perceber que deve ser restabelecida esta relação de força" com a China, afirmou o governante, confirmando que a França vai votar a favor da proposta anunciada esta quarta-feira pela Comissão Europeia de aplicação de tarifas de importação de veículos elétricos chineses em até 38,1%, por considerar que os apoios dados distorcem a concorrência com os fabricantes europeus.
Bruno Le Maire disse ainda que o seu país vai tentar convencer os outros Estados-membros de que nesta questão faz falta uma maioria qualificada, em particular a Alemanha, que se tem manifestado contra, por recear retaliações por parte da China, que é o principal mercado de destino das exportações alemães, em particular da indústria automóvel.
O ministro francês – que está em campanha para as eleições legislativa antecipadas em França, nas quais a extrema-direita se posiciona como favorita propondo um programa protecionista na vertente económica – disse ainda esperar que a Comissão Europeia faça o mesmo relativamente aos painéis solares e turbinas eólicas importadas da China.
Questionado sobre se não receia restrições que, por sua vez, Pequim possa vir a impor aos construtores de automóveis franceses, Bruno Le Maire respondeu que o que é relevante é que fabriquem em França.
Neste contexto lembrou que o seu Governo criou bonificações para a compra de veículos elétricos fabricados na União Europeia.