Frutibox. Depois de muito mundo, regresso ao Seixal

Um novo negócio de entrega de frutas e legumes acaba de ser criado na zona de Lisboa por jovens que já deram cartas em Timor-Leste ou Singapura.
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Ainda o país estava no confinamento geral, no início de março, quando três empreendedores arrancaram a partir do Seixal com a Frutibox, empresa de entregas de frutas e legumes em Lisboa e na margem sul, por agora. Restaurantes e pequenas mercearias já constam dos clientes.

Hugo Matos, David Miranda e Vítor Hugo constituíram a Frutibox, um negócio que demorou um ano a maturar e vem completar outro que já possuíam desde 2017, a Orix, uma empresa de transportes para mudanças e entregas porta a porta.

Para atrair os primeiros clientes, os empresários - que detêm o capital da empresa em partes iguais - disponibilizam uma lista de 150 produtos frescos, nacionais e de fora, e já preparam a oferta de produtos biológicos.

As encomendas são rececionadas através do site da Frutibox e as entregas ocorrem "com a máxima urgência", de terça a sábado. Por 20 a 30 euros, o cliente pode optar por um cabaz predefinido, com uma mistura de frutas e legumes, mas também pode escolher o que quiser e pagar em função do que levar, com a vantagem de usufruir do transporte grátis, caso a encomenda exceda os 25 euros. A oferta completa-se com a Box Fitness, para "os amantes do desporto", mas fica um pouco mais cara: 39,99 euros.

Trabalham os três a tempo inteiro, a partir de uma base de operações, no Seixal, ajudados por uma equipa de motoristas para as entregas.

Até chegar aqui, o percurso de dois dos jovens foi bastante dinâmico e diversificado. Hugo Matos, hoje com 31 anos, e David Miranda, 32 anos, decidiram sair do país em 2012, no tempo da troika e da crise financeira, com o desemprego em forte ascensão.

Numa "loucura de um dia verão", recorda Hugo Matos, tiveram a ideia de ir para Timor-Leste, abrir uma padaria tradicional portuguesa, sem nenhuma referência ou conhecimentos locais. "Foi mesmo à aventureiros. Contactámos com um português - que não conhecíamos - para nos arranjar uma casa. Facilitou-nos algumas coisas, mas tivemos de montar tudo do zero."

Entretanto, dois anos depois, em 2015, passaram o negócio e, após muitas viagens pela Ásia, rumaram a Singapura, onde abriram uma pastelaria, para fazer chegar os pastéis de nata até lá.

Mas, em 2017, "a situação em Portugal já estava melhor" e como "as saudades eram muitas", voltaram a passar o negócio e optaram por regressar às origens, onde criaram, então, a Orix, com Vítor Hugo. Desde há um ano, quando a pandemia se instalou, começaram a preparar uma forma de vida diferente, a pensar naquilo que pudesse fazer falta no mercado. E assim surgiu a Frutibox.

Cada empresa foi sempre criada apenas com capitais próprios, sem qualquer tipo de apoio. Agora, só esperam "crescer, fidelizar clientes, contratar mais pessoas e expandir o negócio".

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