Carlos Gomes da Silva deixa a presidência da Galp e é substituído no dia 19 de fevereiro por Andrew Brown. Antigo executivo da Shell com 35 anos de trabalho na energia será o próximo CEO da Galp.
A mudança deverá acontecer então daqui a um mês e acaba de ser anunciada ao mercado através de comunicado à CMVM. No mesmo dia em que se anunciou a entrada da Galp na exploração de lítio, mais um passo na transição energética que a empresa está a empreender e que já lhe vale o lugar de maior produtora de energia solar da Península Ibérica.
A Galp ficará com 10% da subsidiária da empresa britânica Savannah em Portugal, empresa que explora a mina de Covas do Barroso, Boticas.
"Carlos Gomes da Silva apresentou hoje a sua renúncia aos cargos de vice-presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva da Galp e aos demais cargos na administração de sociedades ou entidades participadas pela Galp", lê-se no comunicado. A renúncia foi "consensualizada entre o CEO e a presidente do Conselho de Administração da Galp, Paula Amorim, especifica-se no comunicado, "assegurando as condições para uma transição estruturada e com plena normalidade de funcionamento dos órgãos de governo da Galp".
Carlos Gomes da Silva estava há 13 anos na petrolífera portuguesa, tendo assumido o lugar de CEO em 2015. Para a presidência executiva entrará Andrew Brown, agora vice-presidente na SBM e consultor em várias companhias, inclui do a McKiinsey, mas que durante 35 anos trabalhou em energia e desde 2012 na gestão de topo da Shell. Licenciado em Engenharia em Cambridge e que esteve 16 anos ao serviço da Shell, tendo assumido a liderança de projetos na Nova Zelândia, Holanda, Itália, Brunei e Omã, bem como posições de assessoria direta da presidência da empresa. Foi Brown o responsável por conseguir levar a cabo o projeto pioneiro Pearl Gas to Liquid, um negócio de 18 mil milhões de dólares, tendo ainda estado sediado no Qatar, ao leme dos negócios da empresa durante quase uma década.
A empresa sublinha, no comunicado, "os importantes serviços prestados à Galp ao longo de cerca de 14 anos na gestão executiva", revelando que será a 19 de fevereiro que o novo CEO assume funções, "sendo subsequentemente submetida ratificação pelos acionistas em próxima assembleia geral". Brown
A decisão de substituir Carlos Gomes da Silva, sabe o Dinheiro Vivo, decorrerá da vontade da própria acionista maioritária, Paula Amorim (a Amorim Energia detém 33,34% da companhia, sendo outros 7,48% do Estado e o restante capital em free float), na sequência da transformação que a Galp empreendeu para responder à emergência climática e aos desafios da Transição Energética.
Além do solar, que tem sido uma aposta sustentada da Galp, os projetos petrolíferos no Brasil - em pleno funcionamento e hoje fonte das maiores receitas da produção energética da empresa - deverão ser capazes de continuar a financiar quer os negócios do gás em Moçambique, primeiro passo da transição para energias limpas, bem como o resto das apostas na energia verde, lítio incluído.