O polo universitário da Asprela, no Porto, que reúne cerca de 30 mil alunos do ensino superior, tem uma nova residência para estudantes, projeto que implicou um investimento de 13 milhões de euros. Chama-se Studyou Porto Asprela e é a primeira resposta à "grande fragilidade na oferta" de alojamento para este mercado de um grupo de empresários da Invicta, revela Pedro Botelho Moniz, administrador da Studyou e um dos investidores. Em fase de licenciamento, está já um novo investimento também nesta zona da cidade. E os promotores estão a avaliar oportunidades em Lisboa e Coimbra.
A nova residência universitária do Porto tem 220 quartos individuais, todos com casa de banho privativa, cama de casal, roupeiro, secretária, frigorífico e aquecimento, numa área de 16,6 metros quadrados. O empreendimento, que começou a receber os primeiros estudantes em meados de setembro, integra ainda cozinhas comunitárias em cada piso, zonas de estudo, salas de jogo e de cinema, jardim com barbecue, lavandaria self-service, estacionamento e parque de bicicletas. Garante ainda a presença diária de uma equipa de apoio, limpeza de áreas comuns e segurança. A gestão do espaço está nas mãos da CRM Students, empresa que gere mais de 25 mil camas para estudantes na Europa.
Segundo Botelho Moniz, a maior diferença do projeto Studyou face aos congéneres é o preço, "que encaixa melhor nos orçamentos das famílias portuguesas". Neste primeiro ano de operação, o custo de uma renda mensal vai desde os 339 euros até aos 449, valor que inclui as despesas de energia, água, aquecimento e internet. Para já, a taxa de ocupação é de 50%, com os estudantes portugueses a representarem 75% desse valor.
Botelho Moniz, a Gondor, a Telho e a Prestígio Milenar - os investidores por detrás da Studyou, que reúnem experiência nas áreas da arquitetura, engenharia, promoção imobiliária e financeira -, querem desenvolver novos projetos de alojamento para estudantes no Porto, mas também estão a avaliar oportunidades em Lisboa e Coimbra. Como frisa Botelho Moniz, o racional do investimento encontra-se em cidades onde é reconhecida a qualidade de ensino e que têm desequilíbrios na oferta deste produto. Para o grupo de empresários, este setor está em grande crescimento, atraindo quer investidores nacionais quer internacionais, mas "ainda não é um mercado maduro e a percentagem de estudantes que opta por viver numa residência irá aumentar gradualmente nos próximos anos".
Nesta ótica, o grupo de empresários pôs já em marcha um novo investimento num projeto num terreno contíguo à nova residência da Asprela. "Os projetos de arquitetura e engenharia estão concluídos e está a iniciar-se o processo de licenciamento", adianta o responsável. A futura unidade terá 330 quartos e deverá estar em funcionamento em setembro de 2023. Botelho Moniz não revela o valor que será aplicado neste segundo empreendimento, apenas que é "superior ao da primeira residência", mas sublinha que pretende "oferecer uma solução de alojamento moderna e cómoda, com uma cultura forte de comunidade a preços que as famílias portuguesas conseguem suportar".