Grupo têxtil espanhol Mango enfrenta nova fase após morte inesperada do fundador

Isak Andic, de 71 anos, morreu no sábado ao cair de uma altura de cerca de 150 metros quando fazia uma caminhada com o filho perto das grutas de salitre em Collbató, em Barcelona.
Foto: Leonardo Negrão/GI
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A morte inesperada do fundador, presidente não-executivo e principal acionista da Mango, Isak Andic, abre uma nova etapa no grupo têxtil catalão, que terá de resolver a sucessão na presidência e a nova composição acionista.

Andic, de 71 anos, morreu no sábado ao cair de uma altura de cerca de 150 metros quando fazia uma caminhada com o filho perto das grutas de salitre em Collbató (Barcelona). O empresário escorregou num dos trilhos e caiu para uma ravina numa zona próxima das grutas, que fazem parte do complexo montanhoso de Montserrat.

A Mango terá agora de nomear um novo presidente e decidir como ficará a composição acionista, da qual Isak Andic tinha 95%, estando os restantes 5% nas mãos do CEO e vice-chairman, Toni Ruiz, responsável pela gestão corrente da empresa e homem de confiança do empresário.

Fontes próximas da empresa asseguraram à agência espanhola EFE que, de momento, estes assuntos não foram discutidos no seio do grupo, uma vez que ainda se está a lidar com a morte súbita do fundador. As primeiras medidas começarão a ser tomadas quando forem conhecidos os detalhes do testamento e os novos acionistas da empresa.

Andic era dono da maior fortuna da Catalunha e a quinta de Espanha, com um património líquido de cerca de 4.500 milhões de euros que, além do império têxtil, inclui também investimentos imobiliários, segundo a revista Forbes.

Isak Andic deixa três filhos: Jonathan, Judith e Sarah, dos quais apenas o primeiro tem assento no Conselho de Administração da Mango e na Comissão Executiva, além de dirigir a linha masculina Mango Man.

A Mango encontra-se atualmente num período de forte crescimento, tendo, em 2023, reforçado a sua governação empresarial ao integrar quatro administradores independentes no Conselho de Administração.

O novo Conselho de Administração da Mango é composto por Isak Andic (presidente não executivo); Toni Ruiz (presidente executivo - CEO e vice-chairman); Jonathan Andic, Daniel López e Margarita Salvans (administradores executivos); e quatro administradores independentes: Jordi Canals, professor da IESE Business School; Jorge Lucaya, sócio fundador da AZ Capital; Jordi Constans, diretor e antigo diretor de várias empresas espanholas e internacionais; e Marc Puig, presidente e CEO da Puig.

Isak Andic Ermay nasceu em 1953 em Istambul, mas, aos 14 anos, mudou-se com a família para Barcelona.

Depois de entrar no setor da moda, através da venda por grosso e a retalho, em 1984 fundou a Mango, empresa que encerrou 2023 com um volume de negócios recorde de mais de 3.100 milhões de euros, 15.500 trabalhadores e presença em mais de 120 mercados.

A Mango registou este ano o melhor primeiro semestre da sua história, com um volume de negócios de 1.543 milhões de euros, mais 6,3% do que no período homólogo de 2023, um resultado que a empresa atribuiu à “boa aceitação” das coleções desenhadas em Barcelona.

A coleção feminina Woman, que representa 79% das vendas totais, é o motor da atividade do grupo, com um crescimento de 4% e o maior volume de negócios da sua história num semestre.

O volume de negócios internacional representa mais de 78% do total do grupo, destacando-se Espanha, França, Turquia, Alemanha e Estados Unidos como os mercados que registaram o maior volume de negócios nestes meses.

No passado mês de março, a Mango apresentou o seu novo plano estratégico, que prevê uma faturação acima dos 4.000 milhões de euros em 2026 e a abertura de mais de 500 lojas nos próximos três anos.

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