A Home Tailors, rede imobiliária de Lisboa que está prestes a celebrar cinco anos de atividade, decidiu que este é o momento de expandir o negócio no território nacional. O plano prevê passar das atuais cinco agências para 30 até 2023, através de uma aposta no sistema de franchising, e nesse crescimento elevar o número de colaboradores de 100 para mil. O investimento no projeto ascende a 4,5 milhões e será direcionado sobretudo para a comunicação da marca a nível nacional.
Segundo David Carapinha, fundador e CEO da empresa, para este ano já está estabelecida a abertura de sete lojas, que irão reforçar a presença da rede na Grande Lisboa e no distrito de Setúbal, e permitir a estreia na região Norte. Os projetos contemplam já em 2023 a entrada no Algarve e a consolidação na Grande Lisboa e Grande Porto. A concretização do plano assenta na captação de outras agências para a marca Home Tailors, nomeadamente pequenos negócios familiares, e na criação de novas unidades por consultores que querem lançar o seu próprio negócio. E já há candidatos, assegura o responsável.
O crescimento a que a rede tem assistido, a que se junta o dinamismo do mercado imobiliário, impulsionado pela elevada procura de casas pelas famílias portuguesas e também pelo interesse dos investidores nacionais e estrangeiros, impulsionaram o gestor a dar o passo para outros territórios nacionais. Neste momento, a Home Tailors tem presença no Areeiro (sede e primeira agência) e Telheiras, em Lisboa, e em Sesimbra, Mafra e Ericeira, estas três já em regime de franchising e que serviram como projeto piloto para a expansão que agora se inicia. Juntas garantiram no ano passado um volume de negócios de 78 milhões de euros, que gerou comissões de sete milhões, um aumento de 21% face a 2020. Com o plano de crescimento em marcha, o objetivo é triplicar as comissões este ano, atingindo os 21 milhões de euros. Em 2023, as previsões apontam para um patamar da ordem dos 30 milhões.
Fato à medida
A aposta num serviço à medida do cliente é uma das características diferenciadoras desta rede. Esta foi a estratégia que David Carapinha concebeu quando, após oito anos a trabalhar para outras marcas imobiliárias, decidiu que era a altura de lançar o seu próprio negócio e conceito. Uma viagem a Londres e uma visita ao Camden Market, onde viu trabalhar diversos alfaiates, foram a inspiração que faltava para criar a marca Home Tailors. O resto já sabia: "um trabalho à medida do cliente, na perspetiva do investidor e da família". A ideia ganhou raízes, pois "ao fim de cinco anos continuamos a trabalhar da mesma forma", sublinha.
Mas, para isso, foi também feita uma grande aposta na promoção, sem olhar ao valor de venda das casas. "Nós tratamos cada imóvel como se fosse um imóvel de luxo. É também aí que nos distinguimos. Somos muito fortes na promoção", seja de uma casa de 22 mil euros, que precisa de obras de reabilitação, ou de uma moradia de quatro milhões", realça o gestor. Quando a habitação precisa de uma intervenção, a Home Tailors elabora um projeto em 3D para que o cliente tenha capacidade de visualizar o potencial do imóvel e, como diz David Carapinha, isso acrescenta valor.
A marca está focada em ganhar as atenções dos clientes do segmento médio-alto e alto e dos investidores, mesmo dos mais pequenos. "Nós ajudamos a multiplicar um capital de 100 mil euros em poucos anos. Temos um serviço de consultoria financeira aplicada ao setor imobiliário e apresentamos um plano de investimento para rentabilizar esse dinheiro", diz. E, se for preciso, as equipas vão para o mercado à procura do produto certo para o cliente, inclusive andam porta à porta para encontrar a casa", assegura. Neste momento, a carteira da empresa ascende a 800 imóveis, grande parte com preços entre um e três milhões, mas também unidades de 150/200 mil euros que têm em vista os investidores.
A Home Tailors tem garantido o seu negócio, em partes quase iguais, junto de portugueses e estrangeiros. Entre os compradores internacionais têm-se destacado os brasileiros, norte-americanos e franceses, que tendencialmente compram um imóvel para residir em Portugal e, por isso, apostam em valores bastante elevados. Para chegar a potenciais clientes internacionais, a rede anuncia em quase 200 portais do mundo, com tradução em 17 idiomas, e tem também parcerias com firmas congéneres noutros países. A título de exemplo, refira-se que a empresa vendeu no ano passado um palacete no Príncipe Real por 3,8 milhões, uma moradia na Estrela e um edifício residencial na Lapa por 3,5 milhões cada e ainda um apartamento na Avenida da Liberdade por três milhões, tudo em zonas de Lisboa.