Insolvências cresceram 26% no primeiro trimestre de 2024

Foram 1.154 as ações de insolvência, com aumentos de 26% e de 82% nos distritos de Lisboa e Porto. Na Guarda, mais do que quadruplicaram. Por setores, a Indústria Transformadora registou mais 60% face aos primeiros três meses de 2023
Insolvências cresceram 26% no primeiro trimestre de 2024
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As insolvências em Portugal cresceram 26,4% nos primeiros três meses do ano, com um total de 1.154 ações contra as 913 do período homólogo. Os dados são da Iberinform, que dá conta que, em março, se assistiu a um "ligeiro decréscimo" face ao mesmo mês de 2023, na ordem dos 3,6%, para um total de 350 ações de insolvência. Também a constituição de novas sociedades caiu significativamente em março: nasceram apenas 3.753 novas empresas, menos 1.678 do que em março de 2023, uma quebra de 31%. No acumulado do trimestre, a quebra é de 9,2%, com um total de 15.568 novas sociedades.

Nas falências, Lisboa e Porto são os distritos que apresentam números mais elevados, com 266 e 322 processos de insolvência, respetivamente, o que representa um aumento homólogo de 26% em Lisboa e de 82% no Porto. Destaque, ainda, para a Guarda, distrito em que as insolvências quadruplicaram, para Castelo Branco, com um aumento de 150% e para Ponta Delgada, com mais 100% de casos.

Bragança e Braga  tiveram mais 40% de falências, Angra do Heroísmo mais 33%, Viseu mais 29%, Beja mais 25%, Faro mais 19%, Santarém mais 16% e Vila Real mais 11%.

Mas houve também distritos com decréscimos:  Horta (-100%); Portalegre (-75%); Évora (-54%); Madeira (-33%); Leiria (-20%); Viana do Castelo (-1%) e Setúbal (-6%).

Na análise por tipologia de ações, os dados da Iberinform mostram que se assistiu, neste arranque de 2024, a um incremento de 72% nas declarações de insolvência requeridas por terceiros, que passaram de 126 para 217. Já as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas mais do que duplicaram: foram 145 nos primeiros três meses de 2023 e 302 este ano.

Também os encerramentos com plano de insolvência aumentaram 150%: passaram de 6 para 15. No período em análise os tribunais declararam a insolvência de 620 empresas, menos 16 processos encerrados que em 2023.

Por setores, a Indústria Transformadora registou mais 60% de insolvências, as empresas de Eletricidade, Gás e Água mais 50% e as de Outros Serviços mais 28%. Destaque, ainda, para o aumento dos casos de insolvência no Comércio a Retalho (+26%), Construção e Obras Públicas (+19%), Hotelaria e Restauração (+19%), Transportes (+17%), Comércio de Veículos (+9,4%) e Comércio por Grosso (+5,2%).

Só dois setores fecharam o primeiro trimestre com menos insolvências do que em 2023: Indústria Extrativa (-67%) e Agricultura, Caça e Pesca (-52%).

Quanto à constituição de novas empresas, e apesar do recuo face a 2023 em distritos como Lisboa (-16%), Porto (-2,6%), Évora (-16%), Vila Real (-16%)  e Coimbra (-16%), entre outros, há distritos em que o número de novas empresas cresceu: Horta (+73%); Bragança (+15%); Angra do Heroísmo (+14%); Guarda (+11%); Viseu (+6,3%); Castelo Branco (+4,9%) e Ponta Delgada (+1,6%).

Também em termos setoriais a situação é diversa, com a  Indústria Extrativa (+250%), Telecomunicações (+70%) e Construção e Obras Públicas (+5,4%) a apresentarem uma evolução positiva. Todos os restantes tiveram menos criação de empresas no arranque de 2024:  Eletricidade, Gás, Água (-30%); Transportes (-29%); Agricultura, Caça e Pesca (-13,3%); Indústria Transformadora (-12%); Hotelaria e Restauração (-9,9%); Comércio por Grosso (-9,6%); Outros Serviços (-7,8%); Comércio de Veículos (-5,9%) e Comércio a Retalho (-6,4%).

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