Institutoptico investe mais de dois milhões de euros para alavancar crescimento

Estratégia de expansão foca-se sobretudo no digital e vai permitir reestruturar sistemas de informação e de suporte ao negócio. Mudança de imagem e maior presença física junto do consumidor também fazem parte da aposta. Este ano a faturação das mais de 150 óticas deverá crescer 10% para cerca de 45 milhões de euros.
Diretor-geral do Institutoptico, João Cerveira. Foto: Reinaldo Rodrigues/GI
Diretor-geral do Institutoptico, João Cerveira. Foto: Reinaldo Rodrigues/GI
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O Institutoptico nasceu em Portugal há mais de três décadas, fruto da iniciativa de 50 profissionais do setor, com o objetivo de ajudar óticos de todo o país a estabelecer e gerir os seus próprios negócios. Volvidos 35 anos, e contando com uma rede de mais de 150 óticas, o grupo continua de olhos postos no futuro.

O plano estratégico para os próximos quatro anos traduz-se num investimento focado sobretudo na vertente digital e de suporte ao negócio, levando o grupo a canalizar 2,2 milhões de euros para esse propósito. “Foi um plano submetido ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que nos vai permitir reestruturar grande parte do sistema de informação”, explicou o diretor-geral do Institutoptico, João Cerveira. Não só a remodelação vai permitir apoiar de forma mais eficiente os parceiros na gestão e tomada de decisão, como agregará um conhecimento mais profundo dos negócios que vai possibilitar chegar aos consumidores de forma mais eficaz.

A componente visual é outra vertente de aposta, sendo a transformação de imagem das lojas e da comunicação com os clientes um ponto essencial dos planos para o futuro. “O consumidor será diferenciador do que existe no mercado”, pelo que aproximar à sua realidade as interações que tem com o Institutoptico será “muito significativo” para a notoriedade que a marca, no seu todo, e cada uma das suas óticas, terão no contexto em que competem. 

Espaço para crescer
Embora já chegue a todo o continente e Açores, e conte com mais de 150 lojas na sua rede, ainda há espaço para crescer. “O desenvolvimento da rede não é algo que tenha acontecido muito nos últimos dois ou três anos”, mas o atual plano estratégico volta a abrir essa possibilidade. Por um lado, o grupo está focado em “manter satisfeitos” os atuais membros, mas dada a evolução do mercado e a concentração que se vê de grupos concorrentes importa ter um número de portas mais alargado. Contudo, revelou o responsável, o foco continuará a ser o mercado português, não tendo o grupo perspetivas de expansão transnacional.

“Quem entra sente-se bem na família e vê vantagens em estar, mas é importante que o grupo continue a avançar”, disse, apontando um mercado que se vê dinâmico e em que abrem óticas “a um ritmo muito significativo”. Na perspetiva do responsável, atualmente, a concorrência é “mais robusta, muito mais organizada e o mercado muito mais segmentado”.
Além da concorrência, há outras variáveis que têm vindo a criar desafios e oportunidades. Se por um lado o contexto económico dos últimos anos deixou os consumidores menos dispostos a gastar, por outro, a demografia e estilo de vida não permitem afastar os portugueses das óticas. A crescente e continuada exposição a ecrãs, por exemplo, é um dos fatores que já dá sinais de impacto, uma vez que uma “percentagem significativa” das pessoas já precisa de correção visual. Adicionalmente, o envelhecimento da população portuguesa também acabará por garantir o crescimento do mercado.

Resultados e perspetivas
As estimativas do Institutoptico apontam para um crescimento global do mercado em 2024 que rondará os 2%, mas o objetivo do grupo é chegar aos 8%, também através da política de recrutamento de novas óticas para a rede.

Em 2023, o Institutoptico faturou cerca de 10,5 milhões de euros, partilhou o diretor-geral, explicando que esse montante é faturado à rede. “O Institutoptico trabalha com a rede e é um negócio que representa cerca de 85% através da central de compras, adquirindo em nome de todos os seus óticos”.

No total do grupo, a faturação está na ordem dos 40,5 milhões de euros, é o que as óticas “faturam em termos de consumidor”, explicou João Cerveira, sublinhando que espera que no final do exercício deste ano possa haver um crescimento entre os 10% e os 12%. “Estamos a falar de um nível de faturação que poderá rondar os 44 ou 45 milhões de euros”.

Quanto às perspetivas de tendências para o mercado nos próximos anos, o desenvolvimento tecnológico, a inovação e os próprios modelos de negócio vão sofrer alterações. A necessidade de apostar em plataformas e modelos de gestão de informação, possivelmente até com introdução de inteligência artificial, permitirá que o grupo se “mantenha na vanguarda, mas não renegando a capacidade e credibilidade dos nossos profissionais” no acompanhamento dos consumidores.

De olhos postos no futuro, a única certeza de João Cerveira é que o grupo estará “na fila da frente dos desenvolvimentos, pois é isso que permite manter e alavancar a posição competitiva no mercado. “Temos que estar preparados ou tenderemos a ficar obsoletos, e esse é um processo que acontece com velocidade cada vez maior”.

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