O ex-diretor do FBI, James Comey conduzia uma investigação sobre a alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, quando foi despedido por Donald Trump. Esta quinta-feira, o Senado ouviu as declarações de Comey que alegou ter sido despedido por causa da investigação em causa..Na audiência pública do Comité de Inteligência do Senado dos EUA (que pode levar a um processo de destituição de Donald Trump) James Comey descreveu uma reunião na Sala Oval da Casa Branca no dia 14 de fevereiro – um dia depois da demissão de Michael Flynn – na qual Trump solicitou o fim da investigação a Flynn, ex-conselheiro envolvido no caso da alegada ingerência russa nas presidenciais, pedindo-lhe “lealdade”..O ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn foi obrigado a demitir-se no dia 13 de fevereiro por omitir os contactos que manteve com o embaixador russo em Washington, durante os quais abordou as sanções americanas a Moscovo.."Embora a lei não exija nenhum motivo para despedir o diretor do FBI, a administração escolheu difamar-me a mim e ao FBI dizendo que a organização estava desorganizada e que os colaboradores do FBI perderam a confiança no seu líder, ou seja, em mim", avançou Comey..O ex-dirigente declarou ainda que essas acusações, feitas pelo governo de Trump, "eram, pura e simplesmente, mentira” lamentando ainda que os colaboradores do FBI e que os cidadãos americanos tivessem de ouvir declarações que descredibilizavam a unidade da polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos..É a primeira vez que James Comey se expõe em público para falar sobre o seu afastamento. Recorde-se que o testemunho do ex-diretor do FBI pode abrir um processo de destituição contra o presidente dos Estados Unidos, que pode ser acusado de obstrução da justiça..No início da audiência, o ex-diretor do FBI dirigiu-se aos seus antigos colegas do FBI para lamentar “a ausência de uma oportunidade para me despedir de forma correta antes de ser despedido”.