Na audição que decorre esta tarde no Parlamento, João Leão descreveu o programa de moratórias disponibilizado em Portugal como "um dos mais ambiciosos para as empresas", com as moratórias disponíveis até setembro deste ano.
O ministro salientou que em Portugal as moratórias "têm um valor muito elevado mas que sabemos que têm de ter fim".
Em resposta aos deputados na audição regimental, o ministro destacou a importância de ser feito "um equilíbrio muito grande" quando as moratórias chegarem ao fim, nomeadamente naquilo que diz respeito ao sistema financeiro.
De acordo com os números revelados pelo Banco de Portugal no final do ano passado, no mês de setembro havia 46 mil milhões de euros sob moratória em Portugal.
Em declarações proferidas esta terça-feira, num webinar dedicado ao turismo, Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, notou que as moratórias são uma preocupação do Executivo, indicando que estão a ser estudadas opções nesse âmbito. O ministro notou inclusivamente que, no caso do turismo, o Governo tem "a noção de que neste setor o impacto do termo das moratórias vai ser importante e, por isso, estamos a discutir com o Banco de Portugal e Associação Portuguesa de Bancos, sobre o que fazer à divida que existe no setor turístico."
"Eventualmente, uma extensão de maturidades pode justificar-se neste setor, não apenas a suspensão de pagamentos que determinamos até setembro deste ano, mas uma extensão do prazo remanescente da dívida existente. Temos de ver se se justifica e com que abrangência. Temos a noção de que vamos precisar de lançar instrumentos de capitalização das empresas", defendeu o ministro.
Com Ana Laranjeiro