A Direção-Geral do Orçamento (DGO), a área do Ministério das Finanças que é principal responsável pela elaboração do Orçamento do Estado e de outros documentos estruturantes das contas públicas portuguesas, vai ser reforçada com mais 14 especialistas. A tutela de João Leão pode ir buscar estes técnicos a outros ministérios e entidades da Administração Pública já que se trata de recrutamento através da figura de mobilidade interna..A informação oficial publicada pela DGO revela que há dez lugares em aberto para técnicos superiores. Neste grupo, a direção-geral procura candidatos com experiência em "processo de planeamento orçamental e quadro plurianual; execução orçamental; análise de processos e solicitações das entidades no âmbito da gestão orçamental ou que impliquem encargos; planeamento financeiro e gestão dos recursos financeiros e patrimoniais; prestação de contas; gestão patrimonial e serviços administrativos e de pessoal", entre outras..Os candidatos devem ter licenciatura em áreas como Economia, Gestão, Contabilidade, Finanças ou formação pós-graduada nestas áreas. A remuneração oferecida "é igual à que o trabalhador aufira no lugar de origem". Portanto, não há aumentos, nem prémios, nem quaisquer incentivos de ordem monetária. O prazo para as candidaturas termina a 13 de outubro que vem..A lista de critérios de seleção é longa, mas percebe-se o objetivo. O Ministério das Finanças quer continuar a crescer e a cumprir objetivos e competências previstos na Lei de Enquadramento Orçamental, alinhando o calendário do processo orçamental nacional com os prazos da Comissão Europeia e do ciclo de avaliação de políticas denominado semestre europeu..Isso implica entregar o Orçamento e a Conta Geral do Estado mais cedo do que nos últimos anos e elaborar o orçamento com mais mapas e elementos numa base ou lógica plurianual e, no futuro, até em contabilidade analítica, o que facilitaria e tornaria mais rigoroso o controlo orçamental..A DGO também está à procura de mais dois técnicos superiores (via mobilidade interna, ficando a ganhar o salário atual) com experiência em "análise económica, preferencialmente em finanças públicas e contas nacionais" e/ou "análise numérica, acompanhamento de indicadores e projeção; capacidade de síntese de informação"..E há dois lugares vagos para informáticos. Um destes é para "análise e tratamento de dados; análise de risco orçamental; apoio ao utilizador no desenvolvimento de análises avançadas de dados; inovação, redesenho de processos e automação"..Todas estas candidaturas para a tutela de João Leão foram abertas na terça-feira, no mesmo dia em que o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, culpou o colega das Finanças de estar a bloquear o plano de negócios e de saneamento financeiro da CP, de rejeitar vários orçamentos da companhia de comboios, entre outros problemas..Na sequência destes entraves, o presidente da CP, Nuno Freitas, acabaria por pedir a demissão, facto que Pedro Nuno Santos lamentou profundamente por considerá-lo um gestor excelente.