Jovens sentem-se inseguros, stressados. Custo de vida é principal preocupação

Custo de vida, mudanças climáticas, saúde mental e desemprego são algumas das principais preocupações da Geração Z e millennials, segundo estudo da consultora Deloitte.
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Os jovens portugueses da Geração Z (Gen Z) e millennials sentem-se financeiramente inseguros, com níveis de stress altos e estão preocupados com a reforma no fim da carreira profissional. No topo das preocupações está o custo de vida, as alterações climáticas e a saúde mental, segundo o estudo "Gen Z and millennial survey 2022" da consultora Deloitte, divulgado esta quarta-feira.

O custo de vida é a principal preocupação para 34% dos jovens da Geração Z e 46% dos millennials e, em segundo lugar, estão as alterações climáticas, com 32% de ambos os grupos etários a identificarem esta matéria como crítica para o futuro. Mais abaixo no ranking, as divergências são maiores. Depois do custo de vida e das alterações climáticas, os Gen Z preocupam-se mais com a saúde mental (27%), o desemprego (19%) e a escassez de recursos (17%). Já nos millennials, a desigualdade de rendimento e distribuição de riqueza (25%), o desemprego (23%) e saúde/prevenção de doenças (17%) fecham o top cinco das áreas mais sensíveis.

O stress é outra das características que faz mossa nas duas gerações. Cerca de 53% dos Gen Z e 39% dos millennials garantem sentir-se ansiosos na maior parte do tempo. A nível internacional, 46% da Gen Z e 38%, dos millennials afirmam ter o mesmo problema. As causas apontadas pelos inquiridos para se sentirem ansiosos ou stressados são as finanças a longo prazo, a saúde mental, a carga laboral, família/relações pessoais e finanças diárias.

O inquérito foi direcionado a 400 jovens portugueses - 200 Gen Z e 200 millennials -, mas, a nível mundial, chegou aos 23 220 inquiridos - 14 808 Gen Z e 8 412 millennials - de 46 países. O estudo concluiu que os millennials portugueses sentem-se mais inseguros (65%) do que os Gen Z (61%). Comparativamente com os seus homólogos de outros países, os portugueses sentem-se pior nesta matéria, uma vez que só 40% dos Gen Z e 45% dos millennials estrangeiros sentem insegurança.

No local de trabalho, a percentagem dos jovens que não se sentiria à vontade para falar sobre pressão, stress, ansiedade ou a saúde mental atinge 37% dos Gen Z e a 35% dos millennials.

Relativamente à progressão na carreira, os Gen Z demonstram ter mais vontade de mudar de trabalho do que os millennials. De acordo com o estudo, 29% dos Gen Z pretende sair do atual trabalho dentro de dois anos e 20% pretende mudar em cinco anos. Já nos millennials, 27% que sair daqui a dois anos e 28% daqui a cinco anos. Cerca de 36% dos Gen Z e 23% dos millennials afirma que abandona o local de trabalho mesmo sem um plano B.

Os níveis de receio são críticos relativamente à possibilidade de os jovens conseguirem reformar-se por velhice em Portugal. Apenas 27% dos Gen Z e 33% dos millennials sentem-se seguros relativamente à reforma, números abaixo dos 41% registados nas mesmas faixas etárias a nível mundial.

Devido à pandemia de Covid-19 e aos novos formatos de trabalho, o estudo da Deloitte aponta que 16% dos Gen Z trabalham remotamente, 24% de forma híbrida e 54% trabalham no escritório. Nos millennials, os valores são idênticos: 18% estão em teletrabalho, 25% híbrido em formato híbrido e 53% totalmente presencial.

A maior parte dos jovens da geração Z (72%) e dos millennials (64%) prefere o formato híbrido de trabalho.

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